“Os jovens estão demandando
mais investimentos e mais participação. Se os espaços não forem
garantidos, a mudança que o mundo precisa hoje não vai acontecer”, disse
o representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, em encontro para
comemorar o Dia Internacional da Juventude.
O encontro “Da Lei à Prática: Dois anos do Estatuto da Juventude e
Caminhos para a sua Implementação” reuniu cerca de 150 pessoas no
Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília e fez parte das
comemorações do Dia Internacional da Juventude. A data é celebrada desde
1999 pela Assembleia Geral da ONU e aparece como um marco para a
sensibilização mundial sobre temas relacionados à agenda da população
jovem.
De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a
juventude precisa estar no centro do desenvolvimento mundial.
Dificilmente progressos sociais e econômicos poderão ser alcançados nos
próximos anos sem os investimentos certos na maior população jovem da
história: no mundo, são mais de 1,8 bilhão de pessoas jovens, e no
Brasil esse número ultrapassa 52 milhões. Para que essa população possa
transformar as suas realidades atuais e o destino de seus países, é
crucial que as leis e as políticas públicas nacionais estejam orientadas
para fortalecer suas trajetórias.
No Brasil, o investimento nessa parte da população tem como principal
sustentação o Estatuto da Juventude, o qual menciona direitos que devem
ser garantidos e promovidos pelo Estado brasileiro. Para o coordenador
residente do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek, “o Estatuto cria um
arcabouço de direitos para os jovens”. No entanto, apesar da existência
de um marco legal, o documento precisa se fortalecer: “ainda precisamos
trabalhar bem mais para efetivar sua implementação.”
Segundo o representante do UNFPA no Brasil, Jaime Nadal, “os jovens
estão demandando mais investimentos e mais participação. Se os espaços
não forem garantidos, a mudança que o mundo precisa hoje não vai
acontecer”. Para ele, o momento histórico para a população jovem precisa
ser aproveitado para o alcance do desenvolvimento inclusivo e
sustentável.
Intervenções artístico-culturais
A juventude brasileira não faz política apenas por meio de partidos
ou movimentos sociais; as intervenções artísticas são formas expressivas
de manifestação e ocupação de espaços para a garantia e ampliação de
direitos. Durante o dia de comemorações, o Coletivo Ruas, da Ceilândia,
DF, reforçou esse discurso com dança, grafite e batalha de MCs.
O grupo Risofloras, formado pelas jovens Edilene Colado, Camilla
Leite e Verônica Pires, foi responsável pela intervenção visual. Durante
quase cinco horas o grupo grafitou em um enorme painel escrito
“Juventudes”. Os desenhos refletiam, para as jovens, cada um dos 11
eixos do Estatuto da Juventude. O trio defendeu a importância de usar a
criatividade e habilidades artísticas para registrar mensagens. Segundo
Edilene, “o potencial artístico dos jovens hoje é muito grande, pois a
juventude está conectada pela ânsia crescente de se expressar”.
Ao final do evento, a ONU Brasil entregou à SNJ a peça grafitada como
marco das comemorações do Dia Internacional da Juventude 2015 no
Brasil. A arte produzida pelas jovens grafiteiras está exposta em frente
a Secretaria da Juventude, em Brasília e deverá ser utilizada durante a
3º Conferência Nacional da Juventude, em dezembro.
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