MMA - O Brasil vai superar os demais países no combate ao aquecimento global. A
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, declarou, nesta segunda-feira
(10/08), que as ações realizadas pelo governo federal até agora ultrapassam as
metas apresentadas pelo restante da comunidade internacional para serem
cumpridas nos próximos anos. Ainda assim, o Brasil deve apresentar objetivos
mais robustos às Nações Unidas para frear o agravamento do efeito estufa.
Até outubro, os signatários da Convenção de
Clima da ONU devem submeter as metas nacionais (INDCs, na sigla em inglês) de
corte de emissões de gases de efeito estufa. Esses documentos traduzem o
compromisso de cada país com a adoção de soluções ambientais capazes de
promover a sustentabilidade das economias. Em dezembro, todos eles se reunirão,
em Paris, para definir o novo acordo climático global que deverá começar a
valer em 2020.
POSIÇÃO DE
DESTAQUE
Previstas para ficarem prontas nas próximas
semanas, as INDCs brasileiras somadas à redução já em curso colocam o país em
posição de destaque no cenário internacional. De acordo com Izabella, os
índices alcançados até agora pelo governo federal são maiores do que as metas
futuras apresentadas por países como México, Singapura e África do Sul. “Eles
estão se propondo a fazer o que o Brasil já vem fazendo há 10 anos”, explicou a
ministra, em encontro realizado em Brasília com jornalistas de 21 capitais.
O combate ao desmatamento ilegal aparece
como o principal responsável pela redução brasileira de emissões. Em 2014, a
queda foi de 82,5% em comparação a 2004, ano em que foi implantado o Plano de
Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM). ”É
uma nova economia onde manter a floresta em pé se tornou um negócio atrativo e
importante gerador de empregos e renda”, defendeu Izabella.
Em 2010, o país reduziu 38,7% das emissões
de gases de efeito estufa, na comparação com 2005. O índice decorre das ações
previstas na Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que oficializa o
compromisso voluntário brasileiro perante as Nações Unidas de cortar entre
36,1% e 38,9% da liberação dessas substâncias na atmosfera até 2020.
SAIBA MAIS
Apesar de considerado natural, o efeito
estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima. Essas
alterações são fruto do aumento descontrolado das emissões de substâncias como
o dióxido de carbono e o metano. A liberação desses gases na atmosfera ocorre
por conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o
desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.
Com o objetivo de frear os prejuízos verificados,
foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima
(UNFCCC, na sigla em inglês), que conta com mais de 190 países signatários.
Todos os anos, representantes de todas essas nações se reúnem na Conferência
das Partes (COP) para elaborar metas e propostas de mitigação e adaptação e
para acompanhar as ações e acordos estabelecidos anteriormente.
Firmado em 1997 no âmbito da UNFCCC, o
Protocolo de Kyoto obriga os países desenvolvidos a diminuir em 5% as emissões
com base nos dados de 1990. Mesmo estando fora desse grupo, o Brasil assinou voluntariamente o documento e definiu metas próprias de redução. O Protocolo
vigora até 2020, quando será substituído pelo acordo que as Partes pretendem
assinar no fim deste ano, na 21ª Conferência das Partes (COP 21), em Paris.
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