quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Audiência pública promovida pela Câmara dos Deputados discute a situação das instituições de pesquisa da Amazônia brasileira



O reposicionamento estratégico da participação da Amazônia no cenário nacional e internacional da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI) foi a tese defendida pela reitora da UFAM, professora Márcia Perales, na audiência pública promovida pela Câmara dos Deputados sobre a situação das instituições de pesquisa da Amazônia brasileira. O evento ocorreu no Plenário XV da Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 19, em Brasília e contou com a participação de representantes das Universidades Federais do Pará e Acre, do Instituto de Pesquisa da Amazônia e da Fundação Oswaldo Cruz.

A audiência foi proposta pelo deputado Raimundo Angelim (PT - AC), membro da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra) e presidida pela deputada Júlia Marinho (PSC-PA), com o objetivo de fornecer informações aos parlamentares para a criação de políticas públicas visando o desenvolvimento da Região.

Em sua exposição, a reitora da UFAM apresentou a educação como fundamento para o desenvolvimento sustentável de um país, por meio da articulação da Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI). Para tanto, defendeu que a educação precisa ser entendida como bem público, prioridade nacional a todo o momento e propulsora do processo civilizatório. “E nesse sentido, a pesquisa na Amazônia não pode ser desarticulada de redes de CTI fortalecidas em âmbito nacional, regional e local”, disse, somando-se a isso o maior apoio aos atores e instituições envolvidos para que haja melhor desempenho em pesquisa na Amazônia.

A reitora argumentou ainda que a Amazônia seja vista e tratada como prioridade nacional, com o estabelecimento de ações integradas e de curto e médio prazos, ao invés de isoladas e de longo período, como forma de efetivamente contribuir para que a região melhore seus indicadores. “Ou a Amazônia passa a ser vista como estratégica para o desenvolvimento sustentável e a soberania nacional, tendo como base a pesquisa e a inovação, ou faremos audiências públicas, seminários, ano após ano e nada se resolverá. Olhar para a Amazônia de forma diferenciada, não como igual, mas, com respeito às diferenças, é uma decisão política. Se assim não o for, não teremos soluções para o problema”, declarou.

Apresentando as dificuldades e os desafios para o desenvolvimento da pesquisa científica na região, a gestora apresentou aos parlamentares dados sobre os avanços obtidos pela Universidade, mas também os obstáculos encontrados pela Instituição para promover a ciência no Amazonas. A captação e fixação de recursos humanos qualificados, o fomento à pesquisa, capacitação continuada e as telecomunicações foram indicados principais desafios para a região na visão da gestora. “Nós temos avanços, mas precisamos fazer mais, avançar mais. Porque nós não temos só diferenças regionais, temos também as intrarregionais. E isso precisa ser trabalhado a partir de uma política não fragmentada”, reiterou.

A reitora da UFAM ressaltou a importância de se reconhecer e respeitar o “custo amazônico” em todos os processos decisórios administrativos. “São alguns indicadores que precisam ser repensados à luz de singularidades regionais. Nós temos trabalhado bastante a questão do custo amazônico nos Fóruns. E isso tem sido levado mostrando que é necessário um olhar diferenciado para o que não é, efetivamente, igual”, esclareceu a reitora.
Após os debates, os deputados se comprometeram em organizar uma Frente Parlamentar de Apoio à Amazônia e realizar um seminário ampliado com a participação de instituições de CTI, parlamentares, governos estaduais e federal e associações para debater investimentos em pesquisa na região Amazônica.

CAPES cria GT para reduzir assimetrias
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) criou um Grupo de Trabalho (GT) para trabalhar em uma proposta de “redução das assimetrias” nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) da Amazônia. A proposta do GT foi feita pelo Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), professor Gilson Monteiro, e aceita, de imediato, pelo Diretor de Programas e Bolsas no País, Márcio de Castro Silva Filho, que representava o Diretor-presidente da CAPES, Carlos Nobre, ao final da reunião realizada em Brasília, dia 18 de agosto, com o Fórum de Reitores das IFES da Amazônia, e toda a diretoria da CAPES. 

A audiência foi marcada pelo deputado federal Sibá Machado (PT), começou às 9h30, com a presença de toda a direção da CAPES e os reitores das IFES da Amazônia. A reitora da UFAM, Márcia Perales Mendes Silva, esteve presente à reunião e ressaltou a importância de o custo amazônico ser reconhecido e que as políticas para a pesquisa e a pós-graduação, na região, sejam feitas de forma integrada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário