ONU Brasil - Relatório divulgado pela ONU
Mulheres detalhou a desigualdade de gênero em dez universidades do
mundo, inclusive na Universidade de São Paulo (USP). O documento apontou
que apesar de as mulheres representarem metade ou mais da metade dos
estudantes de graduação e pós-graduação, elas compõem somente cerca de
15% dos professores titulares e em torno de 20% dos cargos seniores
administrativos.
Para reverter esse quadro, as universidades se comprometeram a
reduzir a desigualdade de gênero em sua administração e na academia,
assim como combater a violência contra mulheres nos campi. Paralelamente aos debates da 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a
ONU Mulheres lançou na terça-feira (20) em Nova York relatório com
dados de dez universidades do mundo, entre elas a Universidade de São
Paulo (USP), detalhando a persistência da desigualdade de gênero na
academia e os compromissos firmados para combater o problema.
O primeiro relatório da campanha “HeForShe IMPACT 10x10x10” mostrou
que apesar de as mulheres representarem, em média, a metade dos
estudantes de graduação e pós-graduação nas universidades, os cargos
administrativos seniores e de professores titulares são dominados pelos
homens.
Além da USP, o relatório contém informações e compromissos de outras
nove universidades que fazem parte da campanha: Universidade de
Georgetown (EUA), Sciences Po (França), Universidade de Nagoia (Japão),
Universidade de Stony Brook (EUA), Universidade de Hong Kong,
Universidade de Leicester (Reino Unido), Universidade de Oxford (Reino
Unido), Universidade de Waterloo (Canadá) e Universidade de
Witwatersrand (África do Sul).
Lançado em 2015, a iniciativa HeForShe IMPACT 10x10x10 reúne dez
chefes de Estado, dez presidentes de empresas e dez presidentes de
universidades para promover a igualdade de gênero. O lançamento do
relatório marcou o primeiro ano da iniciativa nas universidades.
“Cada geração de estudantes universitários que emerge desses anos de
formação educacional é uma nova chance para o mundo progredir”, disse a
diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, em
comunicado.
No total, as dez universidades analisadas se comprometeram com 30
objetivos, entre eles acabar com a desigualdade de gênero em sua
administração e na própria academia, assim como criar centros de
excelência para abordar o tema e pôr fim à violência contra mulheres nos
campi.
A embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, a atriz britânica Emma
Watson, participou do lançamento do relatório. “Uma boa universidade é
como uma pequena utopia — é um modelo em miniatura de como toda a
sociedade poderia ser”, disse.
“O desenvolvimento sustentável não é possível e a paz não será
duradoura sem empoderar meninas e mulheres”, declarou, por sua vez, a
diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova.
Criado pela ONU Mulheres, o movimento HeForShe tem como objetivo engajar meninos e homens na busca pela igualdade de gênero.
Universidade de São Paulo
Segundo dados do relatório, apesar de as mulheres representarem 46,4%
dos alunos da graduação e 51,1% dos alunos de pós-graduação da
Universidade de São Paulo (USP), elas respondem por apenas 15,4% dos
professores titulares e 23,7% dos cargos de chefia.
Cenários semelhantes são vistos nas demais universidades, como na
francesa Sciences Po, que tem 60% de mulheres entre estudantes de
graduação e pós graduação, e apenas 14% de mulheres entre os professores
titulares.
Para tentar reverter esse quadro, a USP criou um escritório focado
em propor e implementar iniciativas que promovam a igualdade de gênero e
a prevenção à violência contra mulheres em seus campi, de acordo com o
documento. A intenção é criar programas e intervenções entre os alunos
que irão durar do primeiro dia de aula à graduação.
Outra frente de atuação será um programa interdisciplinar de pesquisa
para promover cidades mais seguras para as mulheres e outro que usa os
esportes como uma ferramenta para acabar com a violência de gênero.
Segundo o relatório, os programas estão previstos para serem lançados
este ano.
Com informações do Portal da ONU.
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