quinta-feira, 22 de setembro de 2016

ONU: Dez universidades do mundo se comprometem a combater desigualdade de gênero

ONU Brasil - Relatório divulgado pela ONU Mulheres detalhou a desigualdade de gênero em dez universidades do mundo, inclusive na Universidade de São Paulo (USP). O documento apontou que apesar de as mulheres representarem metade ou mais da metade dos estudantes de graduação e pós-graduação, elas compõem somente cerca de 15% dos professores titulares e em torno de 20% dos cargos seniores administrativos.

Para reverter esse quadro, as universidades se comprometeram a reduzir a desigualdade de gênero em sua administração e na academia, assim como combater a violência contra mulheres nos campi. Paralelamente aos debates da 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a ONU Mulheres lançou na terça-feira (20) em Nova York relatório com dados de dez universidades do mundo, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), detalhando a persistência da desigualdade de gênero na academia e os compromissos firmados para combater o problema.

O primeiro relatório da campanha “HeForShe IMPACT 10x10x10” mostrou que apesar de as mulheres representarem, em média, a metade dos estudantes de graduação e pós-graduação nas universidades, os cargos administrativos seniores e de professores titulares são dominados pelos homens.

Além da USP, o relatório contém informações e compromissos de outras nove universidades que fazem parte da campanha: Universidade de Georgetown (EUA), Sciences Po (França), Universidade de Nagoia (Japão), Universidade de Stony Brook (EUA), Universidade de Hong Kong, Universidade de Leicester (Reino Unido), Universidade de Oxford (Reino Unido), Universidade de Waterloo (Canadá) e Universidade de Witwatersrand (África do Sul).

Lançado em 2015, a iniciativa HeForShe IMPACT 10x10x10 reúne dez chefes de Estado, dez presidentes de empresas e dez presidentes de universidades para promover a igualdade de gênero. O lançamento do relatório marcou o primeiro ano da iniciativa nas universidades.

“Cada geração de estudantes universitários que emerge desses anos de formação educacional é uma nova chance para o mundo progredir”, disse a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, em comunicado.

No total, as dez universidades analisadas se comprometeram com 30 objetivos, entre eles acabar com a desigualdade de gênero em sua administração e na própria academia, assim como criar centros de excelência para abordar o tema e pôr fim à violência contra mulheres nos campi.

A embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, a atriz britânica Emma Watson, participou do lançamento do relatório. “Uma boa universidade é como uma pequena utopia — é um modelo em miniatura de como toda a sociedade poderia ser”, disse.

“O desenvolvimento sustentável não é possível e a paz não será duradoura sem empoderar meninas e mulheres”, declarou, por sua vez, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova.

Criado pela ONU Mulheres, o movimento HeForShe tem como objetivo engajar meninos e homens na busca pela igualdade de gênero.

Universidade de São Paulo

Segundo dados do relatório, apesar de as mulheres representarem 46,4% dos alunos da graduação e 51,1% dos alunos de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), elas respondem por apenas 15,4% dos professores titulares e 23,7% dos cargos de chefia.

Cenários semelhantes são vistos nas demais universidades, como na francesa Sciences Po, que tem 60% de mulheres entre estudantes de graduação e pós graduação, e apenas 14% de mulheres entre os professores titulares.

Para tentar reverter esse quadro, a USP criou um escritório focado em propor e implementar iniciativas que promovam a igualdade de gênero e a prevenção à violência contra mulheres em seus campi, de acordo com o documento. A intenção é criar programas e intervenções entre os alunos que irão durar do primeiro dia de aula à graduação.

Outra frente de atuação será um programa interdisciplinar de pesquisa para promover cidades mais seguras para as mulheres e outro que usa os esportes como uma ferramenta para acabar com a violência de gênero. Segundo o relatório, os programas estão previstos para serem lançados este ano.

Com informações do Portal da ONU.

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