sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ação do MPF/AM cobra recuperação do Centro de Proteção Ambiental de Balbina

Ação do MPF/AM requer recuperação do Centro de Proteção Ambiental de Balbina

Danos causados ao patrimônio cultural brasileiro foram estimados em R$ 5 milhões
Ação do MPF/AM requer recuperação do Centro de Proteção Ambiental de Balbina
Foto: Divulgação MPF/AM
 
O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) ingressou com ação civil pública na Justiça para buscar reparação de todos os danos causados ao patrimônio cultural brasileiro pelo abandono e degradação do Centro de Proteção Ambiental de Balbina (CPAB) e seu acervo arqueológico, situado na Vila de Balbina, no município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus).

Se a decisão judicial for favorável ao MPF/AM, a Eletrobras – Amazonas Energia e a Eletronorte, responsáveis pela Usina Hidrelétrica de Balbina, e também o Estado do Amazonas devem ser condenados a reparar integralmente os danos causados ao patrimônio cultural e ainda restaurar ou recuperar o meio ambiente degradado.

Na ação, o MPF/AM pede que os réus sejam condenados a pagar indenização pelos danos reversíveis e irreversíveis do bem cultural e do patrimônio arqueológico afetados, e também a pagar indenização pelo dano moral coletivo, em valor não inferior a R$ 5 milhões. O Estado do Amazonas deverá ainda elaborar e executar, caso seja condenado, planos voltados para evitar a ruína e o desabamento do prédio do CPAB e promover sua recuperação e restauração definitiva.

De acordo com o MPF/AM, a Amazonas Energia e a Eletronorte deixaram de adotar as medidas necessárias para conservar o prédio do CPA de Balbina e seu acervo arqueológico, sendo responsáveis diretos pela deterioração do material. O Estado do Amazonas também deve ser responsabilizado, conforme ação, pela omissão diante da necessidade de proteção do prédio, mesmo tendo realizado o tombamento do bem, que se encontra em avançado estágio de deterioração e ruína.

O MPF pediu à Justiça que obrigue a Eletronorte e a Amazonas Energia, em decisão liminar, a desenvolver planos de ações emergenciais a fim de evitar a ruína e o desabamento do prédio do CPAB, e impedir o perecimento do acervo arqueológico, atualmente abrigado no Museu de Balbina, fechado desde 2011. Após a aprovação dos planos, a execução das medidas emergenciais deve ser iniciadas em até 60 dias e concluída no prazo máximo de um ano, sob pena de multa diária, no valor de R$ 5 mil, em caso de descumprimento.

A ação civil pública tramita na 7ª Vara Federal do Amazonas, sob o número 0011753-30.2016.4.01.3200, e aguarda decisão da Justiça. 

Vistoria – O MPF/AM, a Amazonas Energia e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizaram vistoria conjunta no Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Na ocasião, constatou-se que a arquitetura principal do prédio estava em estado de ruína, com partes do telhado destruídas e desmoronadas. Material de valor arqueológico também foi encontrado com marcas de vandalismo.

Os vestígios arqueológicos coletados para realização de estudos no CPAB foram removidos para o Museu de Balbina. De acordo com relatório do Iphan, "apesar de estar em regular estado de conservação, permanece fechado e sem manutenção periódica, não apresentando condições adequadas para a guarda do acervo, primeiramente arqueológico, que se encontra com grande incidência de umidade. Ambas as edificações, portanto, necessitam de ações emergenciais de conservação".

Contexto – Trecho da ação do MPF relembra ainda que, no final dos anos 1980, a inauguração da primeira turbina da Hidrelétrica de Balbina gerou críticas da opinião pública nacional e internacional, devido ao enorme impacto ambiental que causaria na região em comparação ao seu baixo potencial energético.

Para compensar o impacto ambiental que a hidrelétrica causaria, foi criado o Centro de Proteção Ambiental de Balbina, que teria ampla estrutura com laboratórios, espaços para coleta de dados e alojamentos, tudo destinado a desenvolver uma série de projetos ecológicos. Inicialmente, deveria cumprir a proposta de acompanhar e estudar os impactos ambientais negativos que o enchimento do reservatório causou ao ecossistema da região. Porém, sua construção foi apenas parcial, tendo sido construídas apenas as áreas para os laboral
 Com informações da Ascom MPF/Am

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