Rio de
Janeiro sedia fórum para debater mudanças climáticas
02 Abr
2014 . 15:23 h . Agência Brasil . portal@d24am.com
O objetivo das autoridades brasileiras é uma
redução de 84% do desmatamento, principal fonte das emissões de gases
responsáveis pelo efeito estufa.
Rio de Janeiro - Começou nesta quarta-feira (2), no Rio, o
primeiro encontro de trabalho do projeto IES-Brasil (Implicações Econômicas e
Sociais) do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), que traçará
cenários sobre a emissão de gases causadores do efeito estufa para os períodos
de 2020 a 2030 e de 2030 a 2050, além de identificar políticas de redução
dessas emissões.
O secretário executivo do FBMC, professor Luiz
Pinguelli Rosa, disse à Agência Brasil que as emissões do desmatamento, no
Brasil, diminuíram. Isso dá a oportunidade de o Brasil “até cumprir a meta que
foi levada a Copenhague”, ressaltou.
O objetivo das autoridades brasileiras é uma
redução de 84% do desmatamento, principal fonte das emissões de gases
responsáveis pelo efeito estufa. Isso significa chegar a um patamar inferior a
4 mil quilômetros desmatados por ano, que foi o compromisso estabelecido na
Conferência do Clima de Copenhague (Dinamarca), em 2009.
Pinguelli Rosa destacou, entretanto, que o problema
agora vai ficando mais difícil porque as emissões do desmatamento são de ordem
de magnitude igual à dos setores energético e agrícola. “E no setor energético,
nós estamos na contramão”, acrescentou.
Segundo o secretário executivo, o Brasil está
aumentando o consumo de energia das usinas termelétricas, que emitem muito mais
gás carbônico do que as hidrelétricas e, também, com o consumo de gasolina
superior ao de etanol. Pinguelli Rosa destacou que o consumo de gasolina tinha
ficado abaixo do etanol, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, com os
carros flex. “Mas, agora, está o contrário”.
De positivo, ele citou o aumento da
disponibilização de energia eólica - dos ventos – no atual governo, embora essa
expansão ainda seja pequena em valores absolutos. “Esse é o quadro que nós
estamos agora”.
Para diminuir essas emissões, ele sugeriu que o
governo deve, em primeiro lugar, “enfrentar o problema do preço dos
combustíveis, que não está estimulando o etanol. Em segundo lugar, cabe ao
governo enfrentar o problema elétrico, que está com uma distorção enorme”.
Pinguelli Rosa, que também é diretor do Instituto
Luiz Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), disse que as duas iniciativas têm de
ser feitas imediatamente porque vão repercutir nas emissões, além de estimular
a eficiência energética. Para ele, o país ainda não tem uma política voltada
para a eficiência energética.
Outras três reuniões do IES-Brasil estão
programadas para este ano, quando serão divulgados os primeiros dados do
projeto.
O resultado final deverá ser anunciado somente em
2015, após os encontros. Pinguelli Rosa admitiu que as conclusões do projeto
serão levadas ao governo federal como subsídio à posição brasileira que será
apresentada na próxima Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre
Mudanças Climáticas (Cop 20), que ocorrerá em Lima, no Peru, em dezembro
próximo.
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