Biblioteca
do Acre ‘planta árvores’ de sabedoria
Projeto Plantando Livros na
biblioteca do Acre 'deixa 'esquecidos' livros em espaços públicos da capital
para serem acolhidos por novos leitores
Fany Dimitria - jornalismo@portalamazonia.com
RIO BRANCO - Em um mundo cada vez mais digitalizado e
envolvido com as mídias sociais, a leitura tradicional tem se tornado
obsoleta. As folhas de papel são ‘substituídas’ por abas dos
navegadores de computadores. Ciente do fato, o professor e diretor da
Biblioteca da Floresta, Marcos Afonso, elaborou o projeto ‘Plantando Livros’,
em Rio Branco. “A Biblioteca é da Floresta e a intenção é ‘plantar árvores’,
mas de conhecimento e de sabedoria para os jovens e também para os adultos da nossa
capital”, explica Afonso.
Ao todo 150 livros foram distribuídos em praças,
ônibus, paradas, Terminal Urbano e outros lugares públicos da cidade. As obras
‘plantadas’ são variadas, desde Harry Potter até os clássicos de Shakespeare.
“Separamos todos os estilos de livros para todos os tipos de público”
enfatiza o diretor. A ideia chegou a Rio Branco ano passado, mas a ação
acontece constantemente em grandes metrópoles como São Paulo, Nova York e
Paris. A intenção é incentivar a leitura de uma sociedade cada vez mais
apressada. Esta é a terceira experiência com o estímulo à leitura.
Como é realizado?
A equipe da Biblioteca da Floresta, muito
despretensiosamente, folheia, lê os livros em bancos públicos e espera o
momento oportuno para deixá-los ‘esquecidos’. Pronto, está semeada a semente do
conhecimento. Os livros então estão prontos para serem ‘adotados’ pelos
que passeiam nos locais escolhidos.
A margarida (termo utilizado em Rio
Branco para as mulheres que trabalham como gari) Railda Nascimento, de 42 anos,
ao passar pelo livro esquecido no banco na Praça da Revolução, no Centro de Rio
Branco, disse que aprovou a prática. “Eu adorei essa iniciativa, vou ler e
‘replantar’ esse livro. Adoro ler, meu esposo é ‘bruto’ e não gosta muito, mas
em compensação eu adoro”, conta Railda. A margarida ‘colheu’ o clássico
“Os Maias”, do escritor português Eça de Queiroz.
Como leitor assíduo, Marcos Afonso pede que a
população também adote a causa e incentive à leitura. “Não precisa doar o
livro, basta que se ‘esqueça’ um livro em algum lugar da cidade. Este ato, por
si só, já seria um estímulo maior do conhecimento”, comenta.
Leitura no Brasil
No Brasil, o hábito de longas leituras, como livros
e revistas não é um dos preferidos. Uma pesquisa realizada pelo Serviço Social
do Comércio (Sesc) e a Fundação Perseu Abramo, intitulada “Públicos de
Cultura”, entrevistou 2,4 mil adolescentes, a partir de 16 anos, em 139
municípios de 25 estados do país. Do total, 58% dos entrevistados
revelaram que não leram nenhuma obra nos últimos 6 meses, contra 12% que leram
apenas uma. O restante dos entrevistados variava entre a leitura de dois livros
(11%), três (7%), quatro (3%), cinco (2%), seis (1%), sete (0,2%) e oito
leituras (5%) no geral. A pesquisa foi realizada em 2013, de 31 de agosto a 8
de setembro.
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