Com a inauguração do local, o Inpa torna-se referência no Norte do Brasil neste tipo de armazenamento, garantindo o confinamento seguro desses materiais radioativos
Manaus
(AM), 17 de Abril de 2014
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI) inaugura, nesta terça-feira (22), a estrutura física do Prédio de
Armazenamento para Materiais Radioativos (Pamrad). Este é o primeiro prédio da
região Norte com capacidade de armazenagem inicial de materiais e dejetos
radioativos inerentes às atividades de pesquisas nos laboratórios do Instituto.
A inauguração será às 9h, no Campus I do Inpa,
localizado na avenida Otávio Cabral, bairro Petrópolis, Zona Centro-Sul. Com a
inauguração do Pamrad, o Inpa torna-se referência no Norte do Brasil neste tipo
de armazenamento, garantindo o confinamento seguro desses materiais radioativos
pelo tempo necessário à proteção do homem e do meio ambiente.
Para o diretor do Inpa, Adalberto Luis Val, o
Serviço de Radioproteção no instituto é uma ferramenta de vital importância à
disposição dos pesquisadores do Inpa para continuarem a ser competitivos na
fronteira do conhecimento científico.
“Organizar e manter um Serviço de Radioproteção no
Inpa é mais um avanço da instituição que definitivamente se consolida por meio
de ferramentas de última geração no estudo da biodiversidade amazônica”, disse
Val.
O prédio da Pamrad atenderá às necessidades dos
diversos grupos de pesquisas de diferentes laboratórios do instituto, que já
manifestaram a intenção de trabalhar com materiais radioativos ou equipamentos
emissores de radiação ionizante em suas pesquisas. Desse modo, esses
laboratórios passarão a ser denominados, futuramente, de Instalações Radiativas
licenciadas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
A técnica em Materiais Radioativos do Inpa e supervisora técnica do Serviço de Radioproteção, Zenaide Aparecida Figueiredo, explica que a construção do prédio teve um custo de R$ 444.100,00, recursos oriundos do Projeto Grandes Vultos. O prédio foi projetado obedecendo às legislações e normas nacionais e internacionais, como da própria Cnen e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A técnica em Materiais Radioativos do Inpa e supervisora técnica do Serviço de Radioproteção, Zenaide Aparecida Figueiredo, explica que a construção do prédio teve um custo de R$ 444.100,00, recursos oriundos do Projeto Grandes Vultos. O prédio foi projetado obedecendo às legislações e normas nacionais e internacionais, como da própria Cnen e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Conforme Zenaide, o prédio possui uma arquitetura
própria para a sua finalidade: as paredes possuem espessuras específicas,
cantos arredondados, o piso foi concebido com uma base diferenciada de modo que
não permita infiltrações, e as pinturas foram feitas com tintas especiais.
“O prédio também possui um sistema de contenção de
água servida próprio e diferenciado. Não será descartado nenhum tipo de
material radioativo no meio ambiente, ficando retido no próprio Inpa”, explica
a técnica.
Segundo ela, os laboratórios do Inpa, depois de
licenciados pela Cnen, passarão também a ser geradores de dejetos radioativos.
Mas para que isso aconteça de modo seguro é preciso haver o Gerenciamento de
Rejeito Radioativo. Estes materiais serão embalados adequadamente, de acordo
com o tipo de emissão de cada partícula radioativa, devidamente identificados
e encaminhados ao Pamrad.
A técnica conta que haverá um agendamento para
encaminhar os materiais radioativos para a armazenagem. “Cada laboratório
agendará o envio desses materiais ao Pamrad”, diz Zenaide informando que o
prédio deverá entrar em funcionamento total no segundo semestre deste ano,
tendo em vista que a aquisição dos equipamentos necessários ainda está em
processo de licitação.
Ela esclarece que quando esses dejetos chegarem a
um determinado nível de ocupação do prédio serão encaminhados a um depósito
autorizado pela Cnen. No Brasil, existem depósitos autorizados em Recife, São
Paulo, Rio de Janeiro.
De acordo com a técnica, um trabalho de orientação
está sendo desenvolvido, desde 2013, com os responsáveis pelos laboratórios do
Inpa, quanto à proteção radiológica aos que vão trabalhar com materiais
radioativos, mesmo em pequenas quantidades, mas que fazem parte de seus
estudos, como o carbono 14 (14C), o hidrogênio 3 (3H) e o cálcio 45 (45Ca),
dentre outros. “Para utilizar materiais radioativos, hoje, no Brasil, existem
normas editadas pela Cnen que precisam ser atendidas”, complementou.
Serviço de Radioproteção
Uma das normas do Cnen é a implantação do Serviço
de Radioproteção, que já está sendo estruturado no Inpa com o objetivo de
gerenciar as atividades de proteção radiológica.
Todos os laboratórios que trabalham com materiais radioativos ou com equipamentos que geram ondas ionizantes com raios X têm que ser licenciados ou isentados pela Cnen e precisam atender algumas normas na questão da proteção radiológica e com pessoal treinado. Os colaboradores envolvidos nos laboratórios, que serão transformados em Instalações Radiativas, passarão por treinamentos, recomendados pela Cnen, de no mínimo 40h, repetidos a cada dois anos.
Todos os laboratórios que trabalham com materiais radioativos ou com equipamentos que geram ondas ionizantes com raios X têm que ser licenciados ou isentados pela Cnen e precisam atender algumas normas na questão da proteção radiológica e com pessoal treinado. Os colaboradores envolvidos nos laboratórios, que serão transformados em Instalações Radiativas, passarão por treinamentos, recomendados pela Cnen, de no mínimo 40h, repetidos a cada dois anos.
Deverão participar dos treinamentos os
pesquisadores responsáveis pelos laboratórios e seus técnicos, e alunos de
mestrado ou doutorado que tenham trabalhos desenvolvidos nesses locais.
“Inclusive, o pessoal do serviço de limpeza, que precisa conhecer o símbolo da
radiação e saber qual o tipo de equipamento de proteção individual (EPI) deve
ser utilizado ao executar serviços nesses locais”, ressalta a técnica em
Materiais Radioativos do Inpa, Zenaide Figueiredo.
Ainda de acordo com Zenaide, o Serviço de
Radioproteção também trabalhará a segurança das fontes radioativas, a
dosimetria (monitoração da dose de radiação recebida) das pessoas envolvidas
com a manipulação do material radioativo, além da monitoração ambiental em
torno do prédio onde serão armazenados os dejetos radioativos para verificar a
existência de algum nível de irradiação externa.
“Também servirá como ponte entre os
laboratórios do Inpa e a Cnen, porque para trabalhar com material radioativo,
os laboratórios devem possuir licença de operação”, esclarece a técnica.
Comissão
Para o pesquisador Adrian Pohlit, presidente da Comissão Interna de Radioproteção, com o licenciamento junto à Cnen, o Inpa voltaria a utilizar um metabólito que contém o isótopo trício que é introduzido no meio de cultura durante o bioensaio. “Isso permite quantificação rápida dos parasitos e aumenta em mais de 100 vezes a velocidade dos testes antiplasmódicos”.
Para o pesquisador Adrian Pohlit, presidente da Comissão Interna de Radioproteção, com o licenciamento junto à Cnen, o Inpa voltaria a utilizar um metabólito que contém o isótopo trício que é introduzido no meio de cultura durante o bioensaio. “Isso permite quantificação rápida dos parasitos e aumenta em mais de 100 vezes a velocidade dos testes antiplasmódicos”.
O Serviço de Radioproteção atuará em conjunto com a
Comissão Interna de Radioproteção, composta por técnicos e
pesquisadores-doutores.
Além de auxiliar o Serviço de Radioproteção, a
comissão terá a incumbência de orientar os diversos laboratórios do Inpa que
irão manusear materiais radioativos a realizarem esta atividade, conforme as
normas da radioproteção e seguranças existentes, de modo a preservar a saúde da
comunidade do Inpa e dos visitantes, proporcionando um ambiente seguro
para essas pessoas e a proteção ao meio ambiente.
Dejetos radioativos
Dejetos radioativos são materiais produzidos em
laboratórios, hospitais, usinas nucleares, centros de pesquisas, entre outros,
e que não têm mais utilidade (mas que podem às vezes ser reciclados) e não
podem ser “jogados fora” ou “no lixo”, por causa das radiações perigosas que
emitem.
*Com informações da assessoria
http://acritica.uol.com.br/amazonia/Inpa-inaugura-armazenamento-materiais-radioativos_0_1121887827.html
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