DJALMA BATISTA
artigos de jornal - Renan Freitas Pinto.
Extratos e contextos por Josenildo Santos de Souza
Renan Freitas
Pinto, propõe compreender e analisar a obra de Djalma Batista, a partir dos
artigos de jornais que escreveu semanalmente, sobre temas variados, sempre
abordando a Amazônia, no Jornal do Comércio, entre os anos de 1977 a 1978 e sua
relação com as obras O Complexo da Amazônia: análise do processo de
desenvolvimento e Amazônia: Cultura e Sociedade.
O autor, Freitas
Pinto, usa como instrumento de análise e interpretação as seguintes categorias:
contribuições da história; história das instituições; a educação como fator de
mudanças; situação da universidade na Amazônia; a questão região-nação; os
intelectuais e suas representações da Amazônia; Dados sobre segurança
alimentar; a situação da saúde; a questão ecológica; a literatura como
fundamento sociológico e histórico; a representação da mulher na formação da
sociedade e da cultura; brancos e índios na formação da sociedade regional.
SEUS INSTRUMENTOS DE ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO
Renan Freitas
Pinto (2007, 2007, p. 159) busca apresentar “Em que sentido Djalma Batista está
propondo uma nova forma de interpretar, compreender a analise o processo de
subdesenvolvimento e de modo particular o atraso e o subdesenvolvimento da
Amazônia?”.
Renan Pinto
(2007, p. 159), mostra que Djalma Batista, em primeiro lugar,
organiza
os conhecimentos passados e presentes sob uma nova perspectiva que é
basicamente e da busca do desvendamento das causas do subdesenvolvimento,
conectado a ideia de região com desigualdade e subdesenvolvimento. [...] Seu
modo original de selecionar, organizar e interpretar materiais oriundos de
várias disciplinas e enfoques [...]. [...] ao longo do processo de
rearticulação ampla das regiões, são recriadas as desigualdades e se acentua o
processo simultâneo de integração e dispersão.”
O tema nuclear de
Djalma Batista é a Amazônia. Para a qual busca dar explicações para as
desigualdades sociocultural, o atraso regional, subdesenvolvimento e a falta de
perspectivas de sua população, apontando a educação como fator de mudanças.
Para dar conta
das explicações, análise e interpretação, Freitas (2007, p. 160) diz que
Batista, parte de uma abordagem multidisciplinar.
Portanto,
para responder de modo satisfatório a essa indagação também é necessário
explicitar de que Amazônia estamos tratando. Porque a Amazônia que está em
causa é a região do Brasil que faz parte daquela grande porção geográfica que
apresenta-se como atrasada e subdesenvolvida. É esse o principal aspecto ou
objeto de sua investigação que é necessário reter para podermos estabelecer
quais são os fundamentos de sua descrição, analise e interpretação da Região.”
Podemos assim tomá-lo
como um estudioso que busca na percepção de um conjunto amplo, heterogêneo, mas
claramente identificado, os elementos, causas e processos que, combinados e
articulados, tornam possível compreender e interpretar esse complexo que é a
Amazônia, afirma Pinto, “[...] resultado contribuições para uma percepção
transdisciplinar das questões trabalhadas. [...] ele próprio definiu e
investigou como o complexo sociocultural que é a Amazônia (p. 160)”.
O LUGAR DOS
ARTIGOS DE JORNAL EM SUA OBRA
Por meio de
artigos escritos semanalmente, Batista objetivava “[...] trazer para o domínio
público, personagens, temas, problemas e fatos que, sob sua perspectiva de
homem de ação envolvido pertencentemente com os assuntos relacionados com a
região Norte, [...] compromisso maior, vinculado ao que ele avaliava como a
defesa dos vários níveis de interesse as Amazônia”, diz Pinto, 2007, p. 161-162).
O Complexo da Amazônia, sobretudo porque
planejou transformar essa obra em seu manifesto em favor da defesa da Amazônia
e, segundo suas próprias palavras, resultado mais da paixão e do compromisso de
que de seu trabalho como pesquisador e homem de ciência.
Em relação a
história na formação do pensamento da Amazônia, aponta Freitas, (2007, p. 164),
o primeiro aspecto a ser destacado da obra de Djalma Batista “é a ênfase sobre
os processos, acontecimentos e fatores que sejam capazes de contribuir para
esclarecer as causas do subdesenvolvimento e as possibilidades do
desenvolvimento”. Nesse processo há
o
papel da navegação fluvial [...] Há também observações valiosas sobre o
fracasso das tentativas de desenvolvimento de um sistema de ferrovias integrado
às hidrovias, como pretendida Euclides da Cunha no início do século XX [...], o
impacto registrado com a abertura das novas rodovias, a começar com as
consequências da Belém-Brasília até a Transamazônica e a Perimetral Norte, não
apenas em termos ecológicos, mas também no aspectos que envolvem os novos
movimentos de formação e deslocamento de fronteiras – reais e imaginárias – e
da nova dinâmica demográfica que reflete novos papéis da Amazônia na geografia
de novas relações políticas, territoriais, populacionais e econômicas entre as
regiões brasileiras.” (PINTO, 2007, p. 165).
Em seus
escritos, Djalma Batista, atribui papel estratégico a existência e
fortalecimento das instituições científicas que, “na realidade reconhecia como
frágeis diante de sua missão gigantesca de criar meios e dispor de quadros
técnicos e científicos capazes de responderem aos desafios dessa diversidade e
complexidade e complexidade, que ele termina por definir como o desafio da esfinge. Que durante um bom
tempo foi o título de sua obra maior”, batizada e publicada posteriormente como
O Complexo da Amazônia, afirma Pinto,
(2007, p. 167).
Referências
PINTO, Renan Freitas.
DJALMA BATISTA artigos de jornal. In: BASTOS, Eliude Rugai; PINTO, Renan
Freitas. Vozes da Amazônia: Investigação sobre o pensamento social brasileiro
(organizadores). – Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2007.
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