sábado, 31 de outubro de 2015

DJALMA BATISTA - O complexo da amazônia em artigos de jornal



DJALMA BATISTA artigos de jornal - Renan Freitas Pinto.
Extratos e contextos por Josenildo Santos de Souza

Renan Freitas Pinto, propõe compreender e analisar a obra de Djalma Batista, a partir dos artigos de jornais que escreveu semanalmente, sobre temas variados, sempre abordando a Amazônia, no Jornal do Comércio, entre os anos de 1977 a 1978 e sua relação com as obras O Complexo da Amazônia: análise do processo de desenvolvimento e Amazônia: Cultura e Sociedade.

O autor, Freitas Pinto, usa como instrumento de análise e interpretação as seguintes categorias: contribuições da história; história das instituições; a educação como fator de mudanças; situação da universidade na Amazônia; a questão região-nação; os intelectuais e suas representações da Amazônia; Dados sobre segurança alimentar; a situação da saúde; a questão ecológica; a literatura como fundamento sociológico e histórico; a representação da mulher na formação da sociedade e da cultura; brancos e índios na formação da sociedade regional.

SEUS INSTRUMENTOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO

Renan Freitas Pinto (2007, 2007, p. 159) busca apresentar “Em que sentido Djalma Batista está propondo uma nova forma de interpretar, compreender a analise o processo de subdesenvolvimento e de modo particular o atraso e o subdesenvolvimento da Amazônia?”.

Renan Pinto (2007, p. 159), mostra que Djalma Batista, em primeiro lugar,

organiza os conhecimentos passados e presentes sob uma nova perspectiva que é basicamente e da busca do desvendamento das causas do subdesenvolvimento, conectado a ideia de região com desigualdade e subdesenvolvimento. [...] Seu modo original de selecionar, organizar e interpretar materiais oriundos de várias disciplinas e enfoques [...]. [...] ao longo do processo de rearticulação ampla das regiões, são recriadas as desigualdades e se acentua o processo simultâneo de integração e dispersão.”

O tema nuclear de Djalma Batista é a Amazônia. Para a qual busca dar explicações para as desigualdades sociocultural, o atraso regional, subdesenvolvimento e a falta de perspectivas de sua população, apontando a educação como fator de mudanças.

Para dar conta das explicações, análise e interpretação, Freitas (2007, p. 160) diz que Batista, parte de uma abordagem multidisciplinar.

Portanto, para responder de modo satisfatório a essa indagação também é necessário explicitar de que Amazônia estamos tratando. Porque a Amazônia que está em causa é a região do Brasil que faz parte daquela grande porção geográfica que apresenta-se como atrasada e subdesenvolvida. É esse o principal aspecto ou objeto de sua investigação que é necessário reter para podermos estabelecer quais são os fundamentos de sua descrição, analise e interpretação da Região.”  

Podemos assim tomá-lo como um estudioso que busca na percepção de um conjunto amplo, heterogêneo, mas claramente identificado, os elementos, causas e processos que, combinados e articulados, tornam possível compreender e interpretar esse complexo que é a Amazônia, afirma Pinto, “[...] resultado contribuições para uma percepção transdisciplinar das questões trabalhadas. [...] ele próprio definiu e investigou como o complexo sociocultural que é a Amazônia (p. 160)”.

O LUGAR DOS ARTIGOS DE JORNAL EM SUA OBRA

Por meio de artigos escritos semanalmente, Batista objetivava “[...] trazer para o domínio público, personagens, temas, problemas e fatos que, sob sua perspectiva de homem de ação envolvido pertencentemente com os assuntos relacionados com a região Norte, [...] compromisso maior, vinculado ao que ele avaliava como a defesa dos vários níveis de interesse as Amazônia”, diz Pinto, 2007, p. 161-162).

O Complexo da Amazônia, sobretudo porque planejou transformar essa obra em seu manifesto em favor da defesa da Amazônia e, segundo suas próprias palavras, resultado mais da paixão e do compromisso de que de seu trabalho como pesquisador e homem de ciência.

Em relação a história na formação do pensamento da Amazônia, aponta Freitas, (2007, p. 164), o primeiro aspecto a ser destacado da obra de Djalma Batista “é a ênfase sobre os processos, acontecimentos e fatores que sejam capazes de contribuir para esclarecer as causas do subdesenvolvimento e as possibilidades do desenvolvimento”. Nesse processo há

o papel da navegação fluvial [...] Há também observações valiosas sobre o fracasso das tentativas de desenvolvimento de um sistema de ferrovias integrado às hidrovias, como pretendida Euclides da Cunha no início do século XX [...], o impacto registrado com a abertura das novas rodovias, a começar com as consequências da Belém-Brasília até a Transamazônica e a Perimetral Norte, não apenas em termos ecológicos, mas também no aspectos que envolvem os novos movimentos de formação e deslocamento de fronteiras – reais e imaginárias – e da nova dinâmica demográfica que reflete novos papéis da Amazônia na geografia de novas relações políticas, territoriais, populacionais e econômicas entre as regiões brasileiras.” (PINTO, 2007, p. 165).

Em seus escritos, Djalma Batista, atribui papel estratégico a existência e fortalecimento das instituições científicas que, “na realidade reconhecia como frágeis diante de sua missão gigantesca de criar meios e dispor de quadros técnicos e científicos capazes de responderem aos desafios dessa diversidade e complexidade e complexidade, que ele termina por definir como o desafio da esfinge. Que durante um bom tempo foi o título de sua obra maior”, batizada e publicada posteriormente como O Complexo da Amazônia, afirma Pinto, (2007, p. 167).

Referências

PINTO, Renan Freitas. DJALMA BATISTA artigos de jornal. In: BASTOS, Eliude Rugai; PINTO, Renan Freitas. Vozes da Amazônia: Investigação sobre o pensamento social brasileiro (organizadores). – Manaus: Editora da Universidade Federal do Amazonas, 2007.


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