ONU Brasil - Um terço das pessoas no mundo
está desnutrida ou com excesso de peso, o que provoca aumento da
incidência de doenças e pressões sobre os serviços de saúde, segundo o
Relatório Nutrição Global publicado por especialistas independentes com o
apoio do Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas.
O relatório destacou a evolução do Brasil no tema. O país é apontado
como um dos melhores exemplos de como uma nação pode construir “um forte
compromisso político com a nutrição”.
Um terço das pessoas no mundo está desnutrida ou com excesso de peso,
o que provoca aumento da incidência de doenças e pressões sobre os
serviços de saúde, segundo o Relatório Nutrição Global publicado por especialistas independentes na terça-feira (14) com o apoio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), das Nações Unidas.
Segundo o documento, a desnutrição é responsável por quase metade das
mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo, enquanto as
taxas de pessoas com sobrepeso ou obesas estão crescendo em todas as
regiões e em quase todos os países.
De 7 bilhões de pessoas no mundo, 2 bilhões sofrem de má nutrição,
800 milhões são afetadas por deficiência calórica, enquanto 2 bilhões
estão com sobrepeso ou obesas, segundo o documento. De 129 países com
dados disponíveis, 57 têm sérios níveis de desnutrição e sobrepeso entre
adultos.
O relatório mostrou que tal situação provoca perdas de 11% do Produto
Interno Bruto (PIB) a cada ano em países da África e da Ásia, enquanto a
prevenção da má nutrição entrega retornos de 16 dólares para cada 1
dólar gasto.
“Os países do mundo entraram em acordo sobre metas para a nutrição,
mas apesar de algum progresso nos últimos anos, o mundo está fora do
caminho de atingir tais objetivos”, disseram os pesquisadores no
documento.
Brasil teve importante evolução no tema; problema atual é obesidade
O relatório destacou a evolução do Brasil no tema da desnutrição. O
país é apontado como um dos melhores exemplos de como uma nação pode
construir “um forte compromisso político com a nutrição”.
“Depois de instituir uma série de estratégias implementadas por meio
de políticas públicas, o Brasil tem experimentado transformações
estruturais que mudaram drasticamente o cenário nutricional do país”,
disse o relatório.
Segundo o documento, o Brasil avançou em questões como amamentação,
cuja taxa era de 2% em 1986 e passou a 39% em 2006. O país também
reduziu as taxas de nanismo de 19% em 1989 para 7% em 2007, enquanto as
taxas de desperdício estão baixas, por volta de 2%.
Em 2014, o país conseguiu erradicar a fome, lembrou o documento.
Algumas mudanças, no entanto, foram negativas: as taxas de sobrepeso e
obesidade estão altas (atualmente 54% e 20%, respectivamente) e
crescentes. As taxas de anemia estão em 20%, e a insegurança nutricional
e alimentar permanece um problema para comunidades específicas.
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