quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Subida e descida do rio ditam as regras dos estudantes no AM

Subida e descida do rio ditam as regras dos estudantes no AM

A vida escolar de pelo menos três mil alunos do Município do Careiro da Várzea (a 25 quilômetros de Manaus) é determinada pela subida e descida do rio Solimões


Ele embarca numa canoa para atravessar o lago e depois pega outra embarcação até a comunidade de Curuçá, onde está localizada a Escola Municipal Aldeney dos Santos. “Eu mesmo faço meu café e quando dá umas 4h30 saio de casa para esperar o motor”, conta, referindo-se ao barco escolar regional, que apanha os alunos moradores de comunidades distantes.

No período da seca do rio, a rotina sofre mudanças, mas não é para melhor. Além de quase três horas de trajeto fluvial, os estudantes andam pelo menos um quilômetro em meio à lama e às plantações de milho e melancia. “Quando o rio seca fica muito pior porque o barco não tem como encostar na escola”, relata.





Na porta da escola há três caixas d’água para que os alunos lavem os pés, as mãos e as mochilas, que acabam ficando sujas quando eles escorregam.  O colégio também recebe alunos das comunidades do Curari, do lago do Boto e da Boca do Janauacá. Todos, sem exceção, enfrentam dificuldades para chegar a escola.


Com isso, a evasão escolar  por conta dos fenômenos da cheia e da seca é grande e refletida, claramente, no  Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb): 3,3 para as séries iniciais e 3,4 para as finais. Só da educação infantil, 325 alunos do município pararam de estudar na seca deste ano.

Embora muitos alunos desistam de estudar por causa da realidade diferenciada, Gabriel conta, orgulhoso, que só falta aula quando está doente. “Eu lamento por ter começado a estudar só com 10 anos, muito tarde. E por isso não perco um dia de aula, seja na cheia ou na seca”
Fonte: acritica.com

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