Agências
da ONU vão participar da implementação do programa “Paisagens Sustentáveis” da
Amazônia. Além de preservar biodiversidade, projeto vai reduzir em 300 milhões
de toneladas as emissões de CO2.
Programa
Paisagens Sustentáveis da Amazônia vai preservar 73 milhões de hectares do
território amazônico. Iniciativa vai se estender por cinco anos e deve
catalisar mais de 680 milhões de dólares em financiamento, além da verba
inicial do GEF. Foto: Flickr / Eduardo Duarte
O Banco
Mundial, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) e o World Wildlife Fund (WWF), vai participar da implementação
do programa “Paisagens Sustentáveis” da Amazônia, uma iniciativa regional que
pretende unir os governos do Brasil, Peru e Colômbia para combater o
desmatamento desse ecossistema. No último dia 21 de outubro, o Conselho do
Mecanismo Global para o Meio Ambiente (GEF), instituição parceira das agências
da ONU, anunciou que disponibilizará 113 milhões de dólares para o projeto.
O
programa quer proteger mais de 80% do território amazônico, garantindo a
manutenção de 73 milhões de hectares de terras florestais, além de promover a
gestão sustentável da terra em 52,7 mil hectares. Além de resguardar a
biodiversidade do bioma, que conta com 16 mil espécies de árvores e 2,5 mil
espécies de peixes, a iniciativa quer contribuir para o combate às mudanças
climáticas através da preservação da região.
“A
Amazônia desempenha papel crítico na regulamentação climática global, bem como
na prosperidade ambiental e econômica da região, e é o maior repositório da
biodiversidade do planeta”, explicou o presidente do GEF, Naoko Ishii. As ações
apoiadas pelo projeto ‘Paisagens Sustentáveis’ da Amazônia, que se estenderá
por cinco anos, devem contribuir para reduzir as emissões de dióxido de carbono
em até 300 milhões de toneladas, até 2030.
Os países
envolvidos no programa são responsáveis por 83% da Bacia Amazônica. “No Brasil,
nos últimos 10 anos, reduzimos 82% do desmatamento da Amazônia. Reconhecemos
13% como terras indígenas e estabelecemos 27% das áreas protegidas”, destacou a
secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente do
Brasil, Ana Cristina Barros.
Apesar
dos avanços, para o coordenador do Programa Nacional de Conservação de
Florestas do Ministério do Meio Ambiente do Peru, Gustavo Suarez, somente uma
sólida colaboração regional pode garantir o sucesso na preservação do bioma.
“As ameaças às florestas e rios da Amazônia relacionadas com os mercados de
exportação, desenvolvimento da infraestrutura de transportes, atividades
ilícitas, desigualdade social e pobreza estão crescendo”, alertou.
Banco
Mundial participa de iniciativa para consolidar mercados de carbono
O Banco
Mundial tem procurado combater as mudanças climáticas em diversas frentes de
ação. Recentemente, a instituição se aliou a chefes de Estado, governos
estaduais e municipais e presidentes de importantes companhias para pressionar
a comunidade internacional a implementar políticas de precificação do carbono.
O apelo
por avanços concretos na consolidação dos mercados de carbono foi emitido pelo
Painel de Precificação do Carbono, do qual participam o Banco Mundial; o Fundo
Monetário Internacional (FMI); a Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE); a chanceler alemã, Angela Merkel; a
presidente do Chile, Michelle Bachelet; o presidente da França, François
Hollande; o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn; o presidente
das Filipinas, Benigno Aquino III; o presidente do México, Enrique Peña Nieto;
o governador da Califórnia (EUA), Jerry Brown; e o prefeito da cidade do Rio de
Janeiro, Eduardo Paes.
Para as
lideranças globais, a precificação do carbono e a criação de taxações
específicas para empresas cujas atividades consomem grande volume de
combustíveis fósseis podem estimular a competitividade entre o setor privado e
acelerar a busca por alternativas mais limpas na produção industrial.
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