O Ministério da Educação prepara mudanças na avaliação da pós-graduação
do país. Hoje, a nota varia entre 1 e 7 e considera critérios como
formação docente, infraestrutura e número de artigos publicados em
periódicos.
Para o ministro Aloizio Mercadante (Educação), é preciso aumentar critérios para medir a qualidade de mestrados e doutorados.
"A avaliação é basicamente a meta quantitativa [número de artigos
publicados]. São mais de 500 mil publicações científicas, revistas,
livros, e o impacto dessas citações [na academia]. Precisamos introduzir
mais qualidade na avaliação", afirmou nesta quarta-feira (11) em
audiência pública, na Câmara dos Deputados.
A Capes –autarquia do Ministério da Educação responsável pela
pós-graduação– já criou grupo de trabalho e, segundo Mercadante, o novo
formato será definido até março de 2016. Em 2013, último ano da
avaliação trienal de mestrados e doutorados, o país tinha 3.337
programas de pós-graduação.
PROGRAMA NO NORDESTE
Mercadante reconheceu "restrições orçamentárias severas" neste ano e
defendeu a necessidade de fazer "menos com mais". Ele ainda apontou
necessidade de mudanças em programas federais de alfabetização e
formação dos professores.
"Fizemos a parceria com as universidades federais e em algumas o
resultado é muito bom e em outras o resultado é muito pequeno", disse em
referência ao Pnaic (Plano Nacional de Alfabetização na Idade Certa).
O ministro afirmou que a intenção do MEC é lançar um programa específico
para melhorar os índices de alfabetização na região Nordeste, onde há
maior concentração de escolas com baixo desempenho na ANA (Avaliação
Nacional de Alfabetização).
A última edição do exame apontou que 22,2% das crianças do 3º ano da
rede pública do país têm proficiência insuficiente em leitura –em
matemática, o índice chegou a 54,1%.
A audiência na Câmara dos Deputados foi realizada a pedido de deputados
do PSDB, que criticaram as trocas de comando do MEC. "Primeiro, eu quero
desejar vida longa ao senhor. A interrupção prejudica a continuidade de
uma política pública tão importante como a educação", alfinetou o
deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
Mercadante argumentou: "Não era esperado, mas aconteceu [a troca]. [Mas] a política é a mesma", disse.
Fonte: Folha de São Paulo
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