As fronteiras entre educação e tecnologia estão cada vez mais estreitas. A pergunta é: como medir a eficiência do uso das tecnologias digitais na educação? Para iniciar a discussão sobre métodos avaliativos, a Fundação Telefônica Vivo e a UNESCO no Brasil (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) lançam hoje o livro Experiências Avaliativas de Tecnologias Digitais na Educação.
O objetivo é fomentar o debate sobre a
importância da avaliação de projetos educacionais relacionados ao mundo
digital, por meio de reflexões sobre formas de avaliação e eficiência da
aplicação de tecnologias educacionais, com base nas experiências de
especialistas de cinco países: França, Uruguai, Chile, Argentina e
Brasil.
O acesso ao conteúdo é totalmente gratuito e está disponível no site da Fundação Telefônica Vivo e da UNESCO no Brasil,
em três idiomas: inglês, português e espanhol. A nova publicação
reforça o compromisso da Fundação Telefônica Vivo em estimular a
reflexão sobre melhorias possíveis na educação e os desafios para
torná-la mais efetiva. “Os novos métodos para avaliar o uso das
tecnologias na educação são importantes, mas precisamos configurar
ferramentas eficazes de avaliação”, explica Americo Mattar, diretor
presidente da Fundação Telefônica Vivo. “Discutir isso com especialistas
de diferentes países, com experiências distintas, reforça o compromisso
da Fundação Telefônica Vivo em apontar caminhos inovadores no campo
educacional”, diz Mattar.
A publicação reúne as vivências de avaliações de
projetos de uso de tecnologias em escolas, nos diferentes países, e
auxilia na descoberta de qual é o real custo e benefício do uso das
tecnologias para melhorar a aprendizagem em sala de aula.
Experiências internacionais
Francesc Pedró, diretor da seção de Políticas
Educacionais da UNESCO (França), que lidera um trabalho de
desenvolvimento de professores e políticas educacionais na divisão de
professores e ensino superior, diz, por exemplo, que registrou que os
esforços realizados nas últimas décadas para transformar o ensino e a
aprendizagem parecem não dar frutos porque continuam tendo uma escola
muito parecida com a de 20 anos atrás, quando a internet começou a se
tornar popular.
Já Claudia Peirano, economista da Universidad de
Chile e Mestre em economia pela ILAES/Georgetown University, além de
sócia fundadora do Grupo Educativo – instituição interdisciplinar
orientada para o desenvolvimento de projetos de inovação na formação de
pessoas e para a realização de pesquisa aplicada – explica que “o
desafio de compreender o impacto da tecnologia não é somente do mundo da
educação”. Segundo ela, uma análise na região da América Latina e
Caribe, mostrou que foi possível identificar que as políticas nacionais
de educação e tecnologia têm sido fracas, e que os dados apontam também
que as competências em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
foram incorporadas nos currículos nacionais, mas na maioria dos países
não existem políticas para avaliar seu desenvolvimento.
Cristóbal Cobo, diretor do Centro de Estudos da
Fundación Ceibal, no Uruguai, e pesquisador associado do Instituto de
Internet da Universidade de Oxford, conta sobre o Plano Ceibal, um meio
para melhorar a qualidade educacional no Uruguai, e suas linhas de
pesquisa com usos de redes sociais, cultura digital, recursos e
plataformas. Ignacio Jara VaIdivia, gerente, pesquisador e docente do
CEPPE, um centro de pesquisa em educação na Universidad Católica de
Chile, fala sobre a Red Enlaces do Ministério da Educação do Chile e a
política nacional para a incorporação das novas tecnologias no sistema
escolar chileno.
O brasileiro Gustavo Valentim, mestre em Psicologia
da Aprendizagem pelo Instituto de Psicologia da USP, traz a experiência
dele na Move Estratégia e Avaliação, que desenvolve ações tanto de
implementação quanto de avaliação de iniciativas que articulam educação e
tecnologias digitais. Na publicação, ele discute que “avaliar significa
criar condições para ampliar a apropriação das tecnologias na
educação”. Valentim discursa com base em dois projetos desenvolvidos
pela Fundação Telefônica Vivo: o Escolas Rurais Conectadas e o Projeto
Escolas que Inovam (atualmente chamado de Inova Escola). A Move
coordenou um conjunto de oficinas com os profissionais da Fundação
Telefônica envolvidos nos projetos, empresas e organizações não
governamentais, além das escolas públicas envolvidas, a fim de construir
matrizes e planos de avaliação. Valentim conta, ainda, como fez o
processo de elaboração da matriz e como dividiu cada tema para abranger
todos os métodos utilizados.
Para concluir a publicação, María Teresa Lugo e
Violeta Ruiz, coordenadoras de Projetos em TIC e Educação do Instituto
Internacional da UNESCO de Planejamento da Educação (IIPE) em Buenos
Aires, Argentina, discursam sobre a integração da educação com as TIC e
reforçam a importância da atuação do governo e da gestão educacional
para desenvolver políticas efetivas.
Fonte: Portal da Unesco no Brasil
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