quinta-feira, 6 de março de 2014

Poema - De repente alguém se torna presente



De repente, alguém se torna presente. (*)

Eis que de repente, alguém se torna presente.
Desculpai-me não ser bem eu.
Entretanto, ficaste no meu coração.

Somos um instante mínimo de mil fragmentos,
Em um jogo misterioso, aproximamo-nos e afastamo-nos,
E por entre as circunstâncias fluímos.

Todo passado é como ingênua infância.
Somos novos e antigos todos os dias.
Seja o que for agora, onde quer que estejas,
Vejo-te na miragem dos meus sonhos.

Oh!  Eleita.
Vem de manso... de leve... e suave como uma prece.
Fluindo poesia por entre teu sorriso.

Oh! Eleita.
Fácil seria dizer:”... eu te amo...”
Difícil, saber que amor sentimos, damos, desejamos.

Oh! Eleita.
Fácil é dizer: “...para sempre...”
Difícil é saber até onde ressoa tão grande juramento.

Porque seus olhos seduzem como a madrugada.
E minha linguagem é este aroma, esta flor.
O que um dia foi imagem, fez-se agora presente-ausente,
Breve saudade.

Agora preciso me despedir.
Não me fiz presença: surgi.
E antes de me entenderes, sussurro ao tem ouvido....

Já não sou eu, mas o existente-ausente-presente..
Já que não sei os motivos por que vim.
Melhor assim. E aonde for
Leva o perfume desse dia delirante,
Nas asas da loucura inebriante.

(*) uma poética intervencionista na poesia de Cecília Meireles
Josenildo Santos de Souza – Dezembro/2006.

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