quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Ufopa gradua primeiro aluno indígena em Economia no Pará

O primeiro economista indígena do Pará colou grau na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) nesta segunda-feira, 4 de Fevereiro de 2019, em solenidade conduzida pelo diretor do ICS, Jarsen Guimarães. Oriundo do povo Munduruku cara preta, David Fialho veio da aldeia de Escrivão, na região do médio Tapajós, município de Aveiro, para cursar Ciências Econômicas em Santarém. Com apenas 24 anos, o jovem é o primeiro aluno indígena a concluir o curso no estado.

“Agora eu lembro de todas as dificuldades que tive quando vim da aldeia pra cá, passei por um processo de adaptação, não tinha familiares aqui. Hoje, receber o diploma é uma satisfação, um orgulho que consegui dar pro meu povo, meus familiares. Cumpri a expectativa q eles tinham de ver eu me formar, era um retorno muito esperado. É muito especial, muito gratificante”, ressaltou Fialho. Agora já economista, ele pretende ingressar em um programa de mestrado e procurar emprego na área de formação.

Para a professora Girlian Sousa, orientadora do trabalho de conclusão de curso de David, a graduação do aluno é carregada de simbolismo. “Principalmente nesse momento que vivemos, nessa reivindicação em busca de mais direitos, mais espaços, mais conquistas sociais para as comunidades tradicionais. O David traz a mensagem de que é possível. A despeito de todas as dificuldades, de todas as barreiras que esses estudantes encontram quando ingressam na universidade, é possível superar os obstáculos, é possível se graduar. Agora ele tem capacidade de apresentar projetos que podem fomentar a socioeconomia da própria comunidade, por exemplo”, avaliou a docente.

Além de David, outros cinco estudantes do ICS colaram grau na mesma solenidade. São egressos dos cursos de Ciências Econômicas, Direito e Antropologia. Para o professor Florêncio Vaz de Almeida Filho, coordenador de Antropologia, o grupo representa uma elite em consciência de cidadania e em respeito à diversidade. “Agora vocês vão promover essa política existencial fora daqui”, destacou.


Comunicação/Ufopa

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