O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2015 durante Coletiva de Imprensa na sede da autarquia, em Brasília, na manhã desta quarta-feira, 8. Os dados foram apresentados pela presidente do Inep, Maria Inês Fini, e revelam, em uma escala de 1 a 5, qual é a avaliação dos cursos de graduação e as Instituições de Educação Superior (IES) brasileiros. Os indicadores, por curso e IES, estão disponíveis para consulta no portal do Inep e no sistema E-MEC.
São três os Indicadores de Qualidade da Educação Superior: Conceito
Enade; Conceito Preliminar de Curso (CPC) e Índice Geral de Cursos
Avaliados da Instituição (IGC). Eles mantêm relação direta com o Ciclo
Avaliativo do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e,
portanto, são avaliados segundo as áreas de avaliação vinculadas a um
dos três ciclos. Em 2015, foram avaliados os bacharelados nas áreas de
Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas e áreas afins e os Eixos
Tecnológicos em Gestão e Negócios, Apoio Escolar, Hospitalidade e Lazer,
Produção Cultural e Design.
Esse universo representou 26 áreas de avaliação, 8.121 cursos,
447.056 participantes. O número de concluintes regulares inscritos no
Enade 2015 foi de 549.847, mas apenas são considerados nos indicadores
aqueles participantes que fazem as provas e respondem o Questionário do
Estudante. O número de IES que tiveram o IGC calculado foi de 2.109.
Resultados - O Conceito Enade (CE)
é um indicador de qualidade calculado a partir dos desempenhos dos
estudantes concluintes dos cursos de graduação no Enade. O indicador é
resultante da média ponderada da nota padronizada dos concluintes na
prova de Formação Geral (10 questões, sendo 8 objetivas e duas
discursivas, comum para todas as áreas avaliadas) e na Conhecimento
Específico (30 questões, sendo 27 objetivas e três discursivas). Em
2015; 3,4% dos concluintes que fizeram o Enade obtiveram o conceito 1;
26,9%, o conceito 2; 42,7%, o conceito 3; 18,8%, o conceito 4 e 5%, o
conceito 5.
O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é um
indicador de qualidade que agrega diferentes variáveis: resultados da
avaliação de desempenho de estudantes, ou seja, o Conceito Enade;
titulação e regime de trabalho do corpo docente; percepções dos
estudantes sobre a organização didático-pedagógica, infraestrutura e as
oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional. O
indicador é calculado somente para cursos com, no mínimo, dois
concluintes participantes no Enade. Em 2015; 0,3% dos cursos obtiveram
conceito 1; 11%, conceito 2; 57,7%, conceito 3; 26,5%, conceito 4 e
1,1%, o conceito 5.
O Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC)
é calculado por IES e considera a média dos CPC dos cursos avaliados da
instituição, no triênio de referência, ponderada pelo número de
matrículas, além da média dos conceitos da avaliação trienal da Capes
dos programas de pós-graduação stricto sensu, ponderada pelo número de
matrículas. Para instituições sem programas de pós-graduação stricto
sensu avaliados pela Capes, o IGC é a média ponderada dos CPC de seus
cursos de graduação. Em 2015; 0,4% das IES obtiveram conceito 1; 4%,
conceito 2; 67%, conceito 3; 16,6%, conceito 4 e 1,1 conceito 5.
Novidades - Até a edição de 2014, o Conceito Enade
(CE) e o Conceito Preliminar de Curso (CPC) eram calculados para cada
Unidade de Observação, constituída pelo conjunto de cursos que compõem
uma área de avaliação específica do Enade, de uma mesma IES em um
determinado município. A partir da edição 2015, o CE e o CPC passam a
ser calculados para cada Curso de Graduação avaliado, conforme
enquadramento realizado pelas IES em uma das áreas de avaliação, ou
seja, por código de curso. Isso permitirá, por exemplo, um olhar mais
apurado para as diferenças entre cursos presenciais e à distância de uma
mesma IES.
Regulação – Todos os indicadores de qualidade
derivam do desempenho de concluintes no Exame Nacional de Desempenho de
Estudantes (Enade), realizado para aferir conhecimentos, competências e
habilidades desenvolvidas pelo estudante ao longo do curso. Todas as
ações de avaliação, regulação e supervisão, de cursos já reconhecidos,
decorrem das áreas de avaliação do Enade. Embora a avaliação seja
responsabilidade do Inep, a regulação é definida pela Secretaria de
Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), do Ministério da
Educação.
Perfil do concluinte – Um dos instrumentos do Enade é
o Questionário do Estudante, que permite traçar um perfil
socioeconômico do concluinte. Os estudantes que participaram do Enade em
2015 são, em sua maioria, solteiros, brancos, moram com os pais e
dedicam de uma a três horas por semana aos estudos. Chama atenção o fato
de 33,8% deles serem os primeiros na família a concluir o Ensino
Superior. Quarenta e seis por cento dos estudantes concluintes têm renda
familiar entre 1,5 e 4,5 salários mínimos; 66,4% trabalham regularmente
(excluídos estágios e bolsas) e 48,9% trabalham pelo menos 40 horas
semanais
Atraso – Os indicadores de qualidade da Educação
Superior são, tradicionalmente, divulgados, em novembro do ano seguinte à
aplicação do Enade. Os dados de 2015, entretanto, sofreram um atraso
após o Inep constatar dois problemas de responsabilidade da empresa
contratada para operacionalizar o manuseio, distribuição e aplicação das
provas: montagem incorreta de alguns pacotes de provas e quantidade de
provas insuficiente em algumas salas de aplicação. Após análise
sistemática, o Inep constatou que 399 participantes foram afetados por
problemas de aplicação no Enade 2015, o que não significa que cursos e
IES tenham sido automaticamente afetados para efeito do cálculo dos
indicadores. A análise do problema de aplicação encontra-se descrita em
uma Nota Técnica no portal do Inep.
Cursos avaliados em 2015 – Bacharelados em
Administração; Administração Pública; Ciências Contábeis; Ciências
Econômicas; Comunicação Social - Jornalismo; Comunicação Social -
Publicidade e Propaganda; Design; Direito; Psicologia; Relações
Internacionais; Secretariado Executivo; Teologia e Turismo; além dos
tecnológicos Comércio Exterior, Design de Interiores; Design de Moda;
Design Gráfico; Gastronomia; Gestão Comercial; Gestão da Qualidade;
Gestão de Recursos Humanos; Gestão Financeira; Gestão Pública;
Logística; Marketing; Processos Gerenciais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário