O coordenador do Fórum Paraense de
Educação do Campo e também da Escola da Terra, Prof. Salomão Hage
(UFPA), denunciou o fechamento de escolas. “Mais de cem mil escolas
foram fechadas no Brasil no período de 2000 a 2015. No estado do Pará
foram 5.355, sendo 4.411 na cidade e 944 no campo”. E acrescentou: “Na
região do Baixo Amazonas, o município de Oriximiná foi o que mais fechou
escolas: 36 no total”.
O coordenador do Fórum Paraense de
Educação do Campo e também da Escola da Terra, Prof. Salomão Hage
(UFPA), denunciou o fechamento de escolas. “Mais de cem mil escolas
foram fechadas no Brasil no período de 2000 a 2015. No estado do Pará
foram 5.355, sendo 4.411 na cidade e 944 no campo”. E acrescentou: “Na
região do Baixo Amazonas, o município de Oriximiná foi o que mais fechou
escolas: 36 no total”.
Maria Erivete foi uma das que receberam o
certificado do curso ofertado pela Escola da Terra (MEC/ICED/UFPA). Ela
comemorou a vitória relembrando as dificuldades e os desafios que
enfrenta no cotidiano das escolas rurais: “Hoje é um momento de festa,
nós vencemos obstáculos e tenho certeza de que cada um de nós, que está
hoje aqui, está fazendo a diferença lá em nossas comunidades, nas
escolas rurais em que atuamos”.
Durante os dois dias da plenária foram
apresentados levantamento sobre a situação das escolas rurais de
municípios do Baixo Amazonas. A professora da Ufopa e coordenadora do
FECAFBAM, Solange Ximenes (Iced), que também coordena o grupo Formação
de Professores na Amazônia Paraense (Formazon), apresentou análise
parcial da infraestrutura das escolas do campo do município de Mojuí dos
Campos, que atende 2.743 em 53 escolas: “Dessas, 13 escolas não possuem
funcionários, em função do pequeno número de alunos, e dez ainda são de
madeira. Em nenhuma delas há esgoto. Nove são possuem rede de energia
elétrica”.
Os dados foram sistematizados a partir
de um questionário enviado à secretaria de educação, que também
respondeu à seguinte pergunta: Qual a perspectiva da gestão municipal
para a educação do campo? “A gestão municipal visa melhorar a estrutura
física das escolas do campo, tendo como carro-chefe uma formação de
qualidade para os professores, valorizando de modo especial do povo do
lugar”.
Solange Ximenes elucidou o papel da
Ufopa no fórum: “A universidade tem um papel preponderante, integra o
Fórum do Baixo Amazonas numa perspectiva de pensar e analisar políticas e
promover pesquisas e estudos sobre a realidade da educação do campo”.
Especialização em Pedagogia da Alternância
A
Universidade Federal do Oeste do Pará oferta o curso de pós-graduação
lato sensu em Pedagogia da Alternância e Desenvolvimento Rural, que
recebe professores que atuam na educação do campo de todo o estado do
Pará.
Aluno do curso de especialização,
Gilvandro Serrão atua há três anos em uma Casa Familiar Rural em Breves,
na Ilha do Marajó. Para chegar a Santarém, enfrentou horas de barco e
avião. Mesmo assim, classificou de “gratificante” a experiência. “As
realidades são muito diferentes. Lá nós trabalhamos com 71 alunos e
formamos uma turma em Técnico em Florestas. Eles apreendem a ter um novo
olhar sobre seus lotes. A Casa Familiar é uma das principais políticas
públicas que chegam até a comunidade, que fica distante de tudo”.
A professora Helen Pessoa (ICS/Ufopa)
explicou que o curso foi criado a partir da solicitação da Associação
das Casas Familiares Rurais (ARCAFAR). “A metodologia do curso é uma
proposta dentro da metodologia da alternância. É realizado em três
módulos, com 360 horas. Os alunos ficam 15 dias em atividades da
universidade e depois retornam para as casas familiares rurais e levam
atividades para serem realizadas”. O curso recebe alunos de todas as
regiões do estado.
Estiveram presentes à I Ação do Fórum a
promotora pública Lílian Braga; representante do Instituto Federal de
Educação; representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais,
Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém; professores que
atuam na educação do campo na Região do Baixo Amazonas; e representantes
das secretarias municipais de educação dos municípios de Óbidos, Monte
Alegre e Oriximiná.
Duzentos professores que atuam em Casas
Familiares Rurais (CFR) da região Oeste do Pará receberam certificação
durante a I Ação Popular de Educação do Campo dos Povos das Águas e das
Florestas do Baixo Amazonas (FECAFBAM), ocorrida nos dias 27 e 28 de
abril, na sede do Ministério Público do Pará, em Santarém. Na ocasião,
foram selecionados os representantes das entidades para compor a direção
do FECAFBAM.
Fonte: RG 15/O Impacto e Lenne Santos/Ufopa
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