segunda-feira, 8 de maio de 2017

Fechamento de escolas é denunciado em F´órum de Santarém/PA

O coordenador do Fórum Paraense de Educação do Campo e também da Escola da Terra, Prof. Salomão Hage (UFPA), denunciou o fechamento de escolas. “Mais de cem mil escolas foram fechadas no Brasil no período de 2000 a 2015. No estado do Pará foram 5.355, sendo 4.411 na cidade e 944 no campo”. E acrescentou: “Na região do Baixo Amazonas, o município de Oriximiná foi o que mais fechou escolas: 36 no total”.

O coordenador do Fórum Paraense de Educação do Campo e também da Escola da Terra, Prof. Salomão Hage (UFPA), denunciou o fechamento de escolas. “Mais de cem mil escolas foram fechadas no Brasil no período de 2000 a 2015. No estado do Pará foram 5.355, sendo 4.411 na cidade e 944 no campo”. E acrescentou: “Na região do Baixo Amazonas, o município de Oriximiná foi o que mais fechou escolas: 36 no total”.

Maria Erivete foi uma das que receberam o certificado do curso ofertado pela Escola da Terra (MEC/ICED/UFPA). Ela comemorou a vitória relembrando as dificuldades e os desafios que enfrenta no cotidiano das escolas rurais: “Hoje é um momento de festa, nós vencemos obstáculos e tenho certeza de que cada um de nós, que está hoje aqui, está fazendo a diferença lá em nossas comunidades, nas escolas rurais em que atuamos”.

Durante os dois dias da plenária foram apresentados levantamento sobre a situação das escolas rurais de municípios do Baixo Amazonas. A professora da Ufopa e coordenadora do FECAFBAM, Solange Ximenes (Iced), que também coordena o grupo Formação de Professores na Amazônia Paraense (Formazon), apresentou análise parcial da infraestrutura das escolas do campo do município de Mojuí dos Campos, que atende 2.743 em 53 escolas: “Dessas, 13 escolas não possuem funcionários, em função do pequeno número de alunos, e dez ainda são de madeira. Em nenhuma delas há esgoto. Nove são possuem rede de energia elétrica”.

Os dados foram sistematizados a partir de um questionário enviado à secretaria de educação, que também respondeu à seguinte pergunta: Qual a perspectiva da gestão municipal para a educação do campo? “A gestão municipal visa melhorar a estrutura física das escolas do campo, tendo como carro-chefe uma formação de qualidade para os professores, valorizando de modo especial do povo do lugar”.

Solange Ximenes elucidou o papel da Ufopa no fórum: “A universidade tem um papel preponderante, integra o Fórum do Baixo Amazonas numa perspectiva de pensar e analisar políticas e promover pesquisas e estudos sobre a realidade da educação do campo”.

Especialização em Pedagogia da Alternância 
A Universidade Federal do Oeste do Pará oferta o curso de pós-graduação lato sensu em Pedagogia da Alternância e Desenvolvimento Rural, que recebe professores que atuam na educação do campo de todo o estado do Pará.

Aluno do curso de especialização, Gilvandro Serrão atua há três anos em uma Casa Familiar Rural em Breves, na Ilha do Marajó. Para chegar a Santarém, enfrentou horas de barco e avião. Mesmo assim, classificou de “gratificante” a experiência. “As realidades são muito diferentes. Lá nós trabalhamos com 71 alunos e formamos uma turma em Técnico em Florestas. Eles apreendem a ter um novo olhar sobre seus lotes. A Casa Familiar é uma das principais políticas públicas que chegam até a comunidade, que fica distante de tudo”.

A professora Helen Pessoa (ICS/Ufopa) explicou que o curso foi criado a partir da solicitação da Associação das Casas Familiares Rurais (ARCAFAR). “A metodologia do curso é uma proposta dentro da metodologia da alternância. É realizado em três módulos, com 360 horas. Os alunos ficam 15 dias em atividades da universidade e depois retornam para as casas familiares rurais e levam atividades para serem realizadas”. O curso recebe alunos de todas as regiões do estado.

Estiveram presentes à I Ação do Fórum a promotora pública Lílian Braga; representante do Instituto Federal de Educação; representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém; professores que atuam na educação do campo na Região do Baixo Amazonas; e representantes das secretarias municipais de educação dos municípios de Óbidos, Monte Alegre e Oriximiná.

Duzentos professores que atuam em Casas Familiares Rurais (CFR) da região Oeste do Pará receberam certificação durante a I Ação Popular de Educação do Campo dos Povos das Águas e das Florestas do Baixo Amazonas (FECAFBAM), ocorrida nos dias 27 e 28 de abril, na sede do Ministério Público do Pará, em Santarém. Na ocasião, foram selecionados os representantes das entidades para compor a direção do FECAFBAM.
Fonte: RG 15/O Impacto e Lenne Santos/Ufopa

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