Professores e estudantes de Filosofia da UFAM, UEA e FSDB apresentam manifesto ao final de evento
No dias 23, 24 e 25 professores e alunos
dos cursos de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM),
Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Faculdade Salesiana Dom Bosco
(FSDB) participaram do 8º Seminário Interinstitucional de Filosofia,
realizado no auditório da Faculdade (Acesse o site).
Ao final do evento, as instituições leram o seguinte manifesto:
Sobre o Desprezo aos Direitos Sociais e à Democracia no Brasil
Nós, estudantes, professores e
professoras de filosofia, participantes do 8º Seminário
Interinstitucional de Filosofia: Desafios da Democracia na Atualidade,
realizado no período de 23 a 25 de novembro de 2016, na cidade de
Manaus, na Faculdade Salesiana Dom Bosco (FSDB), promovido pelos
Departamentos de Filosofia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM),
Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e FSDB, avaliamos com
profundidade os desafios em curso no Brasil. Eles impedem as práticas
democráticas e contribuem para a fragilidade e instabilidade da jovem
democracia de nosso país.
Testemunhamos com revolta e
indignação a retirada de direitos sociais, conquistados com duras lutas
ao longo da nossa história, de modo especial a educação pública,
gratuita e democrática.
Rejeitamos a forma autoritária como o
governo federal vem tratando questões fundamentais para a vida das
brasileiras e brasileiros, como por exemplo, a PEC 55 (antiga PEC 241),
que congela os gastos com saúde, educação e assistência social por cerca
de 20 anos. Destarte, nos últimos anos, apenas cerca de 3% do PIB anual
foi destinado para a educação (pública e privada), o que já tem gerado
um déficit incomensurável para a qualidade da educação.
Também repelimos a MP 746, que propõe
a reforma do ensino médio de forma precipitada e autoritária, sem
permitir qualquer debate com os diversos segmentos da sociedade, de modo
especial a parcela da sociedade menos favorecida que depende unicamente
da educação pública (a mais prejudicada com a reforma governista e
entreguista da educação pública para a iniciativa privada).
Finalmente, repudiamos veementemente a
repressão policial às diversas ocupações de escolas e órgão públicos
por todo o país, uma vez que os jovens ocupantes destes espaços
reivindicam de forma justa e legítima o direito a uma educação pública,
gratuita, democrática e de qualidade, por isto, rejeitamos a proposta da
PEC 55 e MP 746.
Conclamamos a mais pessoas, cidadãos e
cidadãs, a somar forças em prol da promoção da vida digna e justa para
todas e todos que almejam dias melhores.
Manaus, 25 de novembro de 2016.
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