O reitor da Universidade Federal do
Amazonas, professor Sylvio Puga, participou, na última segunda-feira,
27, da primeira edição do Seminário 'O Futuro da Amazônia', promovido em
Manaus, pelo jornal 'Folha de São Paulo', no Teatro Manauara, bairro
Aleixo. Acerca do tema do evento foram pontuados assuntos relacionados
ao turismo sustentável, ao uso responsável dos recursos naturais da
maior floresta tropical do mundo e os desafios do desenvolvimento da
pesquisa científica na região Norte. Sobre este último tópico,
discorreram ao longo de um painel de debate, de pouco mais de meia hora,
o reitor da Ufam, o coordenador de pesquisas do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa), professor Paulo Maurício Graça e o
pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rodrigo
Leão de Moura, integrante do grupo de pesquisa que descreveu os recifes
de corais na foz do Rio Amazonas.
Em sua participação, o reitor destacou o
ineditismo da Universidade que, ao longo de seus 109 anos de existência,
atuou na vanguarda de temas caros ao desenvolvimento da ciência e da
tecnologia, perpassando sua responsabilidade social com vistas ao futuro
da Amazônia.
"A Ufam criou, há mais de 20 anos, o
primeiro curso de mestrado e doutorado em Biotecnologia do País, quando
ainda nem se concebia tamanha importância à área da forma como ela se
apresenta nos dias atuais. Naquele momento, em que acompanhávamos a
agenda de desenvolvimento mundial, olhando para a Amazônia e refletindo
diante da abertura econômica que foi promovida a partir dos anos de
1990, a Ufam colocou em cheque a necessidade de reestrutração de um
olhar sobre o Estado acima do modelo Zona Franca de Manaus. Assim, a
partir do trabalho de seus pesquisadores em cooperação com outros,
oriundos dos centros de ensino e pesquisa, instituíram o curso de
pós-graduação, que definiu e estabeleceu um norte para o campo
científico na região", salientou o reitor.
Reforçando a ideia expansionista, o
reitor mencionou, ainda, a ampliação da Universidade para localidades
longínquas e estratégicas. "Nosso Estado não é homogênio e posso
ilustrar isso com um exemplo simples que é o nosso bioma. Da
mesma forma, podemos falar sobre nossos municípios, os quais têm
especificidades e requerem visões e políticas diferenciadas para atender
a suas demandas locais. Por isso, há cerca de uma década, a Ufam, por
meio de projeto submetido e acatado pelo Ministério da Educação (MEC),
instituiu cinco unidades acadêmicas no interior a parter das
necessidades de cada mesorregião do nosso Estado: Benjamin Constant,
para abranger os municípios do Alto Solimões; o de Coari, com vistas a
beneficiar o Médio Solimões; o campus de Humanitá, funcionando no Vale
do Rio Madeira, o de Itacoatiara, com estrutura no Médio Amazonas e por
fim, o campus de Parintins, com cursos para prover melhorias para os
moradores das cidades do Baixo Amazonas", enumerou o reitor.
Mercado e sustentabilidade -
Sobre potencialidade regional, o gestor da Administração Superior da
Ufam também vislumbrou um nicho de investimento na região, a
bioindústria, a mesma que promete ser um dos maiores mercados mundiais
nas próximas décadas. Nela, o conhecimento científico pesquisas e
desenvolvimento tecnológico se agregam e convergem no atendimento às
novas demandas da sociedade no decorrer do século XXI, em especial no
que se refere à alimentação, agricultura, farmácia, saúde, energia e
meio ambiente. "Essa é uma das oportunidades ao qual podemos lançar,
mas que demanda mão-de-obra qualificada e de investimento, daí o papel
da Universidade, que é estratégica, qualificando as pessoas", observou,
salientando a importância de se aliar o modelo sustentável à ciência e à
tecnologia.
O reitor, professor Sylvio Puga, deu destaque às parcerias institucionais como meios de ampliar o poderio científico-tecnológico das Universidades. Na oportunidade, fazendo referência à participação de um representante do Inpa no painel de debates, o reitor revelou que ainda este ano, será renovada a parceria entre a Universidade e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Tema debatido na casa - O
diretor de Marketing do jornal Folha de São Paulo, Murilo Bussab falou
da importância da escolha dos temas para estabelecer uma agenda e um
olhar nacional sobre assuntos em voga. "A temática nos trouxe para o
Amazonas, por isso nada mais justo e salutar do que falarmos sobre essa
riqueza onde ela está", disse. Para ele, o grande objetivo do evento é
reunir cientistas, formadores de opinião, representantes políticos e a
sociedade, nosso grande público. Segundo ele, o conteúdo será abordado
em um caderno especial no veículo impresso, que pode ser comprado em
grandes bancas de jornais e revistas. O seminário teve transmissão
simultânea.
Fonte: Ascom
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