Na palestra ocorrida na manhã do dia 27 de janeiro,
durante a programação da Escola Avançada de Sistemas Computacionais e Robóticos
(Earth), o diretor-técnico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
(IDS), João Valsecchi, falou sobre os desafios e particularidades do cenário
amazônico e apontou soluções para o monitoramento na reserva sustentável
Mamirauá.
Atualmente, os estudos utilizam rádio telemetria e
colares GPS para monitorar onças, peixes-bois, macacos, aves e invasões na
floresta. Distâncias, difícil acesso, calor e umidade, ausência de energia
elétrica continuada, comunicação inexistente na maioria das áreas, resistência
ao clima e intempéries amazônicas, entre outras, são os desafios levantados
pelo pesquisador. “Precisamos de solução porque todos os nossos equipamentos
quebraram com descargas atmosféricas e por causa da grande quantidade de
sedimentos na água, que entopem os equipamentos”, explica João Valsecchi.
Cerca de 12 onças-pintadas estão em monitoramento
na reserva por meio de um cordão de GPS. A dificuldade relatada por Valsecchi
está na captura dos animais. “Uma armadilha é colocada em trilhas, mas a checagem
das armadilhas é feita de forma manual. A cada seis horas, os pesquisadores
precisam ir in loco saber se alguma onça foi capturada. Por que não
implantarmos um bipe junto às armadilhas com monitoramento de câmeras? Isso
evitaria deslocamento a cada seis horas e acidentes envolvendo os
pesquisadores”, disse.
Ainda segundo o palestrante, o monitoramento por
rádio exige a presença constante dos pesquisadores em campo pois as tecnologias
de satélite não são aplicáveis ao ambiente amazônico, devido à
necessidade de um componente flutuante do transmissor, que pode chamar a
atenção de caçadores e também ser facilmente removido em áreas de igapó.
Possível
solução
Um balão dirigível (aeróstato) com câmeras,
sensores, e conexão de rádio, acoplados ao veículo aéreo, seria a solução
encontrada para ajudar a fazer monitoramento da biodiversidade e de intrusões.
O experimento, concebido pela equipe do projeto Aeróstato Remoto de
Telecomunicação e Sensoriamento (Artes), é coordenado pelo professor do
Instituto de Computação (Icomp) da Universidade Federal do Amazonas (Ufam),
Reginaldo Carvalho, doutor em Engenharia Elétrica e da Computação, e deve ser
testado ainda este ano na reserva. Uma comitiva de pesquisadores especialistas
em sistemas computacionais e robóticos visitará a reserva para conhecer os
problemas in loco
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