quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Direito de Sonhar



Apenar de toda adversidade, em 2015, o ano que finda, acontecimentos no mundo globalizado como a publicação da Enciclica Laudato Si sobre o cuidado da casa comum pelo Papa Francisco,  195 países assinarem o acordo de Paris, primeiro acordo universal sobre as mudanças climáticas, nos faz acreditar que temos o direito de sonhar por um mundo melhor, a despeito da tragédia ambiental em Mariana, Minas Gerais.

Muito embora no Brasil e Amazonas, os sobressaltos na vida política advindas da corrupção generalizada entre o público e o privado. Economistas apontarem o retrocesso da economia ao ano de 2005, com efeitos visíveis no Estado do Amazonas, que afeta os 62 municípios, especialmente nas áreas da educação e saúde. Prefeituras municipais enfrentarem problemas na saúde com a falta de profissionais médicos, medicamentos e de equipamentos. Na educação, a crise levou ao fechamento de escolas, ao não pagamento do piso nacional dos professores, recursos insuficientes e falta de merenda e transporte escolar. Os impactos da crise, trouxe o atraso no pagamento salarial e do décimo terceiro dos servidores públicos. Afeta o comercio, a indústria e serviços na geração de emprego e renda.

No interior do estado do Amazonas, a crise fez aumentar a dependência econômica da população em relação aos políticos profissionais (prefeitos, vices, vereadores, secretários municipais), pedindo ajuda no pagamento de contas de água, luz, gás, medicamentos, passagens, cestas básicas, são os efeitos mais visíveis da instabilidade financeira que vivemos em 2015, gerando expectativas no processo eleitoral de 2016.

Todo governante deve ter um planejamento das ações e metas para os recursos públicos. Planejar é sonhar por meio de imagens o futuro. Planejar na administração pública, é antecipar a realização do futuro que queremos, por meio das condições favoráveis que temos no presente, para a vida da população. O planejamento mostra o caminho que permitirá definir as prioridades a seu tempo, preparar as condições favoráveis de sua realização, praticar a auto-gestão, identificar e controlar os gastos dos recursos, programar os métodos, utilizar os instrumentos, ampliando a percepção para a solução dos problemas que se apresentam, em vista de demonstrar eficiência de sua realização, transformado em benefícios de todos.

Em 2016, voltamos a sonhar com a possibilidade de mudanças políticas que tragam melhoria na qualidade de vida para todos. Os sonhos nos permitem experiências e aprendizado criativo. Aprendemos com os projetos políticos na eleição para a Presidência da Republica, governo do estado e prefeitos que roubaram o nosso sonho, quando depositamos o voto nas urnas, acreditando que as propostas de mudanças eram verdadeiras, mas não foram realizados.

A urna é o instrumento mágico que a um só tempo guarda e revela o mundo do amanhã, o voto, os eleitos, a vontade geral. Ao depositarmos o voto nas urnas, estamos depositando o sonho, devaneios de felicidade, fonte de possibilidades novas. Somos seduzidos a depositar os sonhos em um projeto de governabilidade que os candidatos registram no cartório eleitoral, que quando não cumprido, deveria gerar a perda de mandato, ações populares contra o mandatário, que roubou nossos sonhos.

Os motivos que tornam o sonho imprescindível a vida em comunidade, ao direito de sonhar diuturnamente é o Nosso Futuro Comum, a cidade onde moramos e aprendemos lições de vida. Sonho é imagem. Imagem é um certo tipo de consciência que contrapõe a realidade do mundo. No dia 02 e/ou 30 de outubro de 2016, muitos estarão depositando, armados pelas convicções que determinado candidato a prefeito, vice nos permitem o direito de sonhar.

Uma pergunta que todos deveríamos fazer aos pretensos candidatos em 2016, e mudarmos os paradigmas, foco de perguntas. As invés de perguntarmos qual é o seu projeto, por que não perguntarmos: qual o seu sonho para a nossa cidade? Como você sonhar enfrentar os desafios em realizar os sonhos?  Quais as metas mais importantes a serem atingidas para os sonhos estabelecidos?  Um dos meios em fazê-los acordar para a realidade é termos presente as imagens que nos incomodam, especialmente as que nos afetam todos os dias, dos problemas que identificamos na saúde, educação, saneamento básico, segurança, infraestrutura, etc,. Como diz o poeta: Sonho que se sonha só é sonho que se sonha só. Sonho que se sonha juntos vira realidade.

Filósofos como Descartes, Kant, Bachelard e Freud já escreveram a respeito da influência do sonho em nossas vidas. O sonho pode nos trazer sobressaltos, pesadelos, nos levar para lugares distantes e não conhecidos. Enfrentar e superar obstáculos, dificuldades e nos fazer acordar para a realidade.

Todas as noites aos dormirmos sempre sonhamos. A simbologia do sonho, as imagens oníricas estão carregadas de interpretações. Qualquer um de nós poderia descrever experiências vividas por meio dos sonhos. Quantos de nós ao acordarmos, expressamos: Ufa! foi um sonho. Mas, muitos ao acordar, guardam a sensação, dúvida e incerta em crer se realmente foi apenas um sonho.  Quantos de nós já não sonhou de olhos bem abertos!

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