Apenar de toda adversidade, em 2015, o ano que finda,
acontecimentos no mundo globalizado como a publicação da Enciclica Laudato Si
sobre o cuidado da casa comum pelo Papa Francisco, 195 países assinarem o acordo de Paris,
primeiro acordo universal sobre as mudanças climáticas, nos faz acreditar que
temos o direito de sonhar por um mundo melhor, a despeito da tragédia ambiental
em Mariana, Minas Gerais.
Muito embora no Brasil e Amazonas, os sobressaltos na vida
política advindas da corrupção generalizada entre o público e o privado.
Economistas apontarem o retrocesso da economia ao ano de 2005, com efeitos
visíveis no Estado do Amazonas, que afeta os 62 municípios, especialmente nas
áreas da educação e saúde. Prefeituras municipais enfrentarem problemas na
saúde com a falta de profissionais médicos, medicamentos e de equipamentos. Na
educação, a crise levou ao fechamento de escolas, ao não pagamento do piso
nacional dos professores, recursos insuficientes e falta de merenda e
transporte escolar. Os impactos da crise, trouxe o atraso no pagamento salarial
e do décimo terceiro dos servidores públicos. Afeta o comercio, a indústria e
serviços na geração de emprego e renda.
No interior do estado do Amazonas, a crise fez aumentar a
dependência econômica da população em relação aos políticos profissionais (prefeitos,
vices, vereadores, secretários municipais), pedindo ajuda no pagamento de
contas de água, luz, gás, medicamentos, passagens, cestas básicas, são os
efeitos mais visíveis da instabilidade financeira que vivemos em 2015, gerando
expectativas no processo eleitoral de 2016.
Todo governante deve ter um planejamento das ações e metas
para os recursos públicos. Planejar é sonhar por meio de imagens o futuro.
Planejar na administração pública, é antecipar a realização do futuro que
queremos, por meio das condições favoráveis que temos no presente, para a vida
da população. O planejamento mostra o caminho que permitirá definir as
prioridades a seu tempo, preparar as condições favoráveis de sua realização,
praticar a auto-gestão, identificar e controlar os gastos dos recursos,
programar os métodos, utilizar os instrumentos, ampliando a percepção para a
solução dos problemas que se apresentam, em vista de demonstrar eficiência de
sua realização, transformado em benefícios de todos.
Em 2016, voltamos a sonhar com a possibilidade de mudanças
políticas que tragam melhoria na qualidade de vida para todos. Os sonhos nos
permitem experiências e aprendizado criativo. Aprendemos com os projetos
políticos na eleição para a Presidência da Republica, governo do estado e
prefeitos que roubaram o nosso sonho, quando depositamos o voto nas urnas,
acreditando que as propostas de mudanças eram verdadeiras, mas não foram
realizados.
A urna é o instrumento mágico que a um só tempo guarda e
revela o mundo do amanhã, o voto, os eleitos, a vontade geral. Ao depositarmos
o voto nas urnas, estamos depositando o sonho, devaneios de felicidade, fonte
de possibilidades novas. Somos seduzidos a depositar os sonhos em um projeto de
governabilidade que os candidatos registram no cartório eleitoral, que quando
não cumprido, deveria gerar a perda de mandato, ações populares contra o
mandatário, que roubou nossos sonhos.
Os motivos que tornam o sonho imprescindível a vida em
comunidade, ao direito de sonhar diuturnamente é o Nosso Futuro Comum, a cidade
onde moramos e aprendemos lições de vida. Sonho é imagem. Imagem é um certo
tipo de consciência que contrapõe a realidade do mundo. No dia 02 e/ou 30 de outubro
de 2016, muitos estarão depositando, armados pelas convicções que determinado
candidato a prefeito, vice nos permitem o direito de sonhar.
Uma pergunta que todos deveríamos fazer aos pretensos
candidatos em 2016, e mudarmos os paradigmas, foco de perguntas. As invés de
perguntarmos qual é o seu projeto, por que não perguntarmos: qual o seu sonho
para a nossa cidade? Como você sonhar enfrentar os desafios em realizar os
sonhos? Quais as metas mais importantes
a serem atingidas para os sonhos estabelecidos?
Um dos meios em fazê-los acordar para a realidade é termos presente as
imagens que nos incomodam, especialmente as que nos afetam todos os dias, dos
problemas que identificamos na saúde, educação, saneamento básico, segurança,
infraestrutura, etc,. Como diz o poeta: Sonho que se sonha só é sonho que se
sonha só. Sonho que se sonha juntos vira realidade.
Filósofos como Descartes, Kant, Bachelard e Freud já
escreveram a respeito da influência do sonho em nossas vidas. O sonho pode nos
trazer sobressaltos, pesadelos, nos levar para lugares distantes e não
conhecidos. Enfrentar e superar obstáculos, dificuldades e nos fazer acordar
para a realidade.
Todas as noites aos dormirmos sempre sonhamos. A simbologia
do sonho, as imagens oníricas estão carregadas de interpretações. Qualquer um
de nós poderia descrever experiências vividas por meio dos sonhos. Quantos de
nós ao acordarmos, expressamos: Ufa! foi um sonho. Mas, muitos ao acordar,
guardam a sensação, dúvida e incerta em crer se realmente foi apenas um sonho. Quantos de nós já não sonhou de olhos bem
abertos!
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