No período de 1 a 3 de março de 2019,
a nova direção do Museu Magüta, dirigido pela liderança Santo Cruz Mariano
Clemente organizou seu primeiro evento cultural. O evento contou com uma
intensa programação.
No dia 1 de março, na abertura aconteceu uma palestra do
Diretor do Museu, Santo Cruz e a fala dos Caciques, exposição e venda de
artesanatos, comidas e bebidas típicas da etnia ticuna, além de apresentações
musicais.
A I Feira Cultural teve como objetivo o resgate cultural do povo
ticuna, bem como angariar fundos para a manutenção, pagamento de água, energia
elétrica e outras despesas.
Segundo os organizadores, o evento
teve uma baixa participação devido as intensas chuvas que ocorreram no dia da
abertura (01/03), sexta-feira, e no domingo (03/03). A maior participação foi
no sábado que permitiu a venda de artesanatos, bebidas e comidas típicas, além
da visitação as dependências do museu. O meu além de ponto turístico visitado
frequentemente por brasileiros, colombianos e peruanos, é procurado por
pesquisadores e turistas de outras regiões do brasil e do mundo. No local é
possível comprar artesanatos, livros e cd musicais do povo ticuna.
O Museu Magüta fica localizado na
Avenida Castelo Branco nº 396 – Centro – CEP: 69030-000, no município de
Benjamin Constant/AM, funciona nos horários de 08h00 as 12h00 e das 14h00 às
17h00 de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana aos sábados das 08h00 às
14h00 e aos domingos das 08h00 às 16h00 para visita. O museu cobra taxa de
visitação de R$ 10,00 (dez) reais por pessoas e também espera receber a doação
dos visitantes. O contato telefônico do Museu Magüta 097-991454100,
e-mail:magutamuseu@gmail.com ou http:museumaguta.com.br.
Museus
no Brasil enfrentam dificuldades e problemas estruturais
Grande parte dos museus brasileiros,
de um total de 3.879 museus catalogados enfrentam dificuldades financeiras e
estruturais para funcionar. Essas dificuldades levaram os museus da Língua
Portuguesa, Museu do Ipiranga, Museu de Arte de Brasília e Museu do índio a
deixarem de funcionar em 2018.
Entretanto, desde a criação do
Ministério da Cultura, em março de 1985, foram estabelecidas as diretrizes e
iniciativas para salvaguardar o patrimônio dos museus: Política Nacional de
Museus, lançada em 2003 e o Estatuto dos Museus, regulamentado em 2013. As
medidas visavam garantir a segurança e a conservação dos locais que guardam
parte do patrimônio histórico nacional e do mundo.
Sobre
o Museu Magüta
O Museu Magüta é o primeiro museu
indígena criado no Brasil, em 1990. A sua história se inicia em 1985, quando
uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional sob a coordenação do professor
João Pacheco de Oliveira, juntamente com as principais lideranças do Conselho
Geral da Tribo Ticuna (CGTT), criaram o Centro de Documentação e Pesquisa do
Alto Solimões.
O Museu possui uma rica e extensa
coleção de objetos da cultural material do povo Ticuna, organizado e produzido
pelos próprios indígenas que administram o museu. Todo o museu foi projetado,
mantido e dirigido exclusivamente pelos “caciques” da etnia em articulação com
o Conselho Geral da Tribo Ticuna – CGTT, criado em 1982.
O museu tem como finalidades coletar
informações e dados culturais do povo ticuna, manter um banco de registro da
cultura material e imaterial (utensílios, arte, artesanato, documentos oral e
escrito), criar oficinas de resgate e aprendizagem da cultura tradicional do
patrimônio dos povos ticunas, contribuir para o fortalecimento do
associativismo e cooperativismo das entidades sociais e culturais do povo ticuna,
e impulsionar a geração de trabalho e renda através do fortalecimento da cadeia
da produção de artesanato, entre outras.
O museu funciona como centro de
referência para o Povo Ticuna. Participou de forma direta e ativa de todos os
acontecimentos importantes na história recente dos ticunas: na implantação de
um atuante movimento de professores indígenas, na criação de uma escola
indígena diferenciada, na formação de monitores de saúde, na demarcação
topográfica das terras indígenas e em programas de desenvolvimento sustentável,
assim como no treinamento de indígenas no registro em vídeo e em informática.
Premiação
e Reconhecimento
Em 1995 o Museu Maguta foi premiado
pelo Internacional Commitee on Museums (ICOM). Três anos depois foi tema de uma
grande exposição realizada no Tropenzmuseum (Museu Tropical) em Amsterdam. Em
2007, o indígena Nino Fernandes, diretor do Museu Maguta, foi agraciado com a Comenda
da Ordem do Mérito Cultural, recebida das mãos do presidente Lula. Em dezembro
de 2008 recebeu o Prêmio Chico Mendes outorgado pelo Ministério do Meio
Ambiente.
Em suas duas décadas de existência
contou com parceiras com organismos governamentais e de cooperação
internacional como PDPI/MMA, FUNASA, OXFAM/Recife, ICCO/Holanda, Medécins Sans
Frontières/França, Amigos da Terra/Itália, VIDC/Áustria.
Recentemente, devido a importância
que reveste o Museu Magüta, foi reconhecido como de utilidade pública e sem
fins lucrativos, pela prefeitura municipal de Benjamin Constant, pelo seu valor
histórico, artístico, etnográfico, antropológico, cultural, material,
científico e pedagógico.
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