terça-feira, 12 de março de 2019

I FREIRA CULTURAL DE ARTESANATO DO MUSEU MAGÜTA


No período de 1 a 3 de março de 2019, a nova direção do Museu Magüta, dirigido pela liderança Santo Cruz Mariano Clemente organizou seu primeiro evento cultural. O evento contou com uma intensa programação. 

No dia 1 de março, na abertura aconteceu uma palestra do Diretor do Museu, Santo Cruz e a fala dos Caciques, exposição e venda de artesanatos, comidas e bebidas típicas da etnia ticuna, além de apresentações musicais. 


A I Feira Cultural teve como objetivo o resgate cultural do povo ticuna, bem como angariar fundos para a manutenção, pagamento de água, energia elétrica e outras despesas.


Segundo os organizadores, o evento teve uma baixa participação devido as intensas chuvas que ocorreram no dia da abertura (01/03), sexta-feira, e no domingo (03/03). A maior participação foi no sábado que permitiu a venda de artesanatos, bebidas e comidas típicas, além da visitação as dependências do museu. O meu além de ponto turístico visitado frequentemente por brasileiros, colombianos e peruanos, é procurado por pesquisadores e turistas de outras regiões do brasil e do mundo. No local é possível comprar artesanatos, livros e cd musicais do povo ticuna.



O Museu Magüta fica localizado na Avenida Castelo Branco nº 396 – Centro – CEP: 69030-000, no município de Benjamin Constant/AM, funciona nos horários de 08h00 as 12h00 e das 14h00 às 17h00 de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana aos sábados das 08h00 às 14h00 e aos domingos das 08h00 às 16h00 para visita. O museu cobra taxa de visitação de R$ 10,00 (dez) reais por pessoas e também espera receber a doação dos visitantes. O contato telefônico do Museu Magüta 097-991454100, e-mail:magutamuseu@gmail.com ou http:museumaguta.com.br.

Museus no Brasil enfrentam dificuldades e problemas estruturais
Grande parte dos museus brasileiros, de um total de 3.879 museus catalogados enfrentam dificuldades financeiras e estruturais para funcionar. Essas dificuldades levaram os museus da Língua Portuguesa, Museu do Ipiranga, Museu de Arte de Brasília e Museu do índio a deixarem de funcionar em 2018. 
Entretanto, desde a criação do Ministério da Cultura, em março de 1985, foram estabelecidas as diretrizes e iniciativas para salvaguardar o patrimônio dos museus: Política Nacional de Museus, lançada em 2003 e o Estatuto dos Museus, regulamentado em 2013. As medidas visavam garantir a segurança e a conservação dos locais que guardam parte do patrimônio histórico nacional e do mundo.

Sobre o Museu Magüta
O Museu Magüta é o primeiro museu indígena criado no Brasil, em 1990. A sua história se inicia em 1985, quando uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional sob a coordenação do professor João Pacheco de Oliveira, juntamente com as principais lideranças do Conselho Geral da Tribo Ticuna (CGTT), criaram o Centro de Documentação e Pesquisa do Alto Solimões.

O Museu possui uma rica e extensa coleção de objetos da cultural material do povo Ticuna, organizado e produzido pelos próprios indígenas que administram o museu. Todo o museu foi projetado, mantido e dirigido exclusivamente pelos “caciques” da etnia em articulação com o Conselho Geral da Tribo Ticuna – CGTT, criado em 1982.
O museu tem como finalidades coletar informações e dados culturais do povo ticuna, manter um banco de registro da cultura material e imaterial (utensílios, arte, artesanato, documentos oral e escrito), criar oficinas de resgate e aprendizagem da cultura tradicional do patrimônio dos povos ticunas, contribuir para o fortalecimento do associativismo e cooperativismo das entidades sociais e culturais do povo ticuna, e impulsionar a geração de trabalho e renda através do fortalecimento da cadeia da produção de artesanato, entre outras.

O museu funciona como centro de referência para o Povo Ticuna. Participou de forma direta e ativa de todos os acontecimentos importantes na história recente dos ticunas: na implantação de um atuante movimento de professores indígenas, na criação de uma escola indígena diferenciada, na formação de monitores de saúde, na demarcação topográfica das terras indígenas e em programas de desenvolvimento sustentável, assim como no treinamento de indígenas no registro em vídeo e em informática.

Premiação e Reconhecimento
Em 1995 o Museu Maguta foi premiado pelo Internacional Commitee on Museums (ICOM). Três anos depois foi tema de uma grande exposição realizada no Tropenzmuseum (Museu Tropical) em Amsterdam. Em 2007, o indígena Nino Fernandes, diretor do Museu Maguta, foi agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, recebida das mãos do presidente Lula. Em dezembro de 2008 recebeu o Prêmio Chico Mendes outorgado pelo Ministério do Meio Ambiente.

Em suas duas décadas de existência contou com parceiras com organismos governamentais e de cooperação internacional como PDPI/MMA, FUNASA, OXFAM/Recife, ICCO/Holanda, Medécins Sans Frontières/França, Amigos da Terra/Itália, VIDC/Áustria.

Recentemente, devido a importância que reveste o Museu Magüta, foi reconhecido como de utilidade pública e sem fins lucrativos, pela prefeitura municipal de Benjamin Constant, pelo seu valor histórico, artístico, etnográfico, antropológico, cultural, material, científico e pedagógico.

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