Uma semana em Belém, depois uma semana
em expedição pela floresta. Esse é o itinerário de um grupo de
produtores audiovisuais e cineastas que participam de um projeto da
Universidade Federal do Pará (UFPA). Este ano, eles oferecem uma oficina
sobre “processos de experimentação e criação compartilhados” - que está com inscrições abertas - antes de seguir para uma residência artística na Flona de Caxiuanã, na ilha do Marajó.
Oficina - De 6 a 10 de
agosto, facilitadores do projeto “Nortear” conduzem um processo criativo
coletivo em uma oficina em Belém voltada aos produtores que desejam
participar, com um projeto coletivo, da 21ª Bienal de Arte Contemporânea
VideoBrasil, que este ano tem como tema “Comunidades Imaginadas”.
“Conforme informações no site
do VideoBrasil, o tema contempla comunidades sem Estado, povos
originários, comunidades religiosas, místicas ou refugiadas de seus
territórios originais, comunidades fictícias, utópicas, clandestinas ou
aquelas constituídas nos universos subterrâneos de vivências sexuais e
corpos dissidentes”, esclarece Luiz Adriano Daminello, professor do
curso de Cinema e Audiovisual da UFPA, realizador audiovisual em
documentário e ficção, diretor de fotografia e coordenador do Projeto Nortear.
O pesquisador reforça que “o Projeto
promove experimentações audiovisuais em comunidades ribeirinhas, sempre
contando com a participação de artistas residentes, que compartilham a
realização com os habitantes das comunidades visitadas”.
Este
ano, os facilitadores da oficina são: Fernando Marrera (Pelotas-RS),
realizador audiovisual, também formado em história, com interesse em
documentário e cinema etnográfico; Marcela Martins de Nova (Lima-MG),
jornalista com produções sobre direitos humanos, questões ambientais e
movimentos sociais; Silvia Helena Cardoso (de Marabá-PA), fotógrafa e
antropóloga, é professora da Faculdade de Artes Visuais da Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa); Mariana Ianuzzi (de São
Paulo-SP), estiloterapeuta e artesã, que tem visitado diferentes etnias
indígenas e desenvolvido trabalhos que envolvem ayurveda, cromoterapia,
meditação e práticas corporais; e Miriam Mirna Korolkovas (de São
Paulo-SP), designer de biojóias e performer.
Além disso, no dia 08 de agosto, será realizada uma mostra com alguns trabalhos produzidos durante as oficinas de cinema.
Flona de Caxiuanã, no Marajó –
O projeto de extensão Nortear também levará os produtores audiovisuais
até a Flona de Caxiuanã, na Ilha do Marajó, no período de 13 a 23 de
agosto, período em que eles irão “se embrenhar em uma expedição pela
floresta”.
Trata-se de uma “residência artística,
junto a jovens das comunidades ribeirinhas que habitam a floresta, em
uma parceria com o projeto de educação do Museu Emílio Goeldi. Todo ano
alguns artistas de vários lugares do Brasil passam uns dias com os
jovens na floresta fazendo experimentações audiovisuais, com
criatividade compartilhada”, explica o pesquisador da UFPA que coordena a
iniciativa.
Como fruto deste trabalho, jovens
estudantes ribeirinhos viajaram para Nova York, em 2017, “por meio de
parceria com um projeto e intercâmbio entre o Museu Emilio Goeldi e o
Museu Stepping Stones, de Norwalk. Mas antes de eles irem, fizeram
oficinas de cinema e um filme pelo projeto Nortear”, aponta o
pesquisador da UFPA.
Para Luiz Adriano Daminello, a
experiência é extremamente benéfica e salutar, tanto para os produtores
que vêm conhecer a Amazônia de uma forma única quanto para os jovens
amazônidas, que têm a chance de mostrar ao mundo e às futuras gerações
sua própria visão sobre a floresta mais famosa do mundo.
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