Erradicação
da fome até 2030 e produção de alimentos de maneira sustentável. Este
foi o foco da 50ª Reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos
(Geea) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), nesta
quarta-feira (13). O convidado da última reunião do ano foi o
representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO, na sigla em inglês) no Brasil, Alan Bojanic, que falou
sobre a “Economia agrícola: o papel do Brasil e da Amazônia”.
Com
a presença de pesquisadores, professores universitários e gestores, o
engenheiro agrônomo Bojanic apresentou um cenário da fome no mundo.
Segundo ele, cerca de 815 milhões de pessoas no mundo sofrem com a fome e
desse total a Ásia lidera com 520 milhões, a África vem em segundo
lugar com 243 milhões, e a América Latina e o Caribe em terceiro, com
42,5 milhões.
O
representante também falou sobre os esforços para se alcançar os
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com 17 objetivos, 169
metas e 231 indicadores, o maior propósito é cumprir etapas para
melhoria nas dimensões sociais, ambientais, econômicas, e
institucionais. “O desafio é grande: tivemos retrocesso no ano passado.
A quantidade de pessoas famintas está subindo”, disse.
Segundo
o representante da FAO no Brasil, estima-se que em 2050 a população
será de 9,8 bilhões, 29% a mais do número atual e o crescimento maior
será nos países em desenvolvimento. “70% da população será urbana e os
níveis de renda serão maiores do que os atuais”, disse.
Para
atingir os objetivos, a FAO trabalha no sentido de reduzir o
desperdício de alimentos. Cerca de 1 bilhão e 300 mil toneladas de
alimentos vão para o lixo, ao invés de chegarem às mãos do consumidor.
“A produção de alimentos consome energia e recursos financeiros, e tudo
nessa questão é sintetizado como desperdício”, ressalta Bojanic.
“A
discussão com o representante da FAO no Brasil foi relevante e fecha
com chave de ouro os dez anos de criação do Geea, pois tratou, não só da
erradicação da fome, mas de aspectos globais, e a Amazônia como parte
do contexto”, disse o diretor do Inpa, Luiz Renato de França.
Para
o pesquisador do Inpa, o doutor em Agronomia Newton Falcão, um dos
participantes da Reunião do Geea, uma das formas de atingir as metas da
Agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável é trabalhar a
agricultura familiar. “É preciso promover trabalhos com esses produtores
na busca da diminuição do uso de fertilizantes e agrotóxicos para
produzir produtos mais saudáveis”, diz o pesquisador. “Além da fome,
outro problema é falta da segurança alimentar, que envolve a má
alimentação da sociedade”, acrescenta.
Na
opinião de Bojanic, a Amazônia tem papel fundamental, por ser uma
região produtiva, exportadora de alimentos. “Mas é preciso que ela
desenvolva o suficiente para a população da sua região”, defende o
representante da FAO ao ressaltar que é preciso ser otimista mesmo
diante do cenário.
Sobre o Geea
O
Geea foi criado em 2007 com o objetivo de estabelecer fórum permanente
multidisciplinar, visando à análise de questões relevantes sobre a
Amazônia e um veículo para a socialização da ciência através de
linguagem acessível. O grupo, formado por pesquisadores, professores,
empresários, humanistas e gestores reúne-se a cada dois meses para
debater um tema escolhido previamente e apresentado por especialista de
renome. O secretário-executivo do Geea é o pesquisador Geraldo Mendes.
fonte: Ascom Inpa/Fotos Raquel Chaves
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