A coordenação espera contribuir para que a Resex do Baixo Juruá e
a Resex Auati-Paraná se integrem ao Sistema Brasileiro de Monitoramento da
Biodiversidade, em implantação no país
O
Curso Jovens Monitores da Biodiversidade (Jomobio) chegou a sua terceira
edição. Desde 2017 vem capacitando 15 jovens residentes da Reserva Extrativista
(Resex) do Baixo Juruá (Juruá), unidade categorizada como de uso sustentável.
Neste ano, o Jomobio conta com participação de 12 jovens de comunidades das
Reservas Extrativistas do Baixo Juruá (Juruá) e Auati-Paraná (Fonte Boa), sendo
sete e cinco, respectivamente.
A
atividade teve início no dia 14 e segue até a próxima terça-feira (21). Serão
realizadas visitas técnicas, atividades de laboratório e campo na Estação
Experimental de Manejo Florestal (ZF2). A iniciativa é resultado da
participação dos representantes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTIC) no Conselho Deliberativo da Resex do Baixo Juruá. Também há em
vigor um Acordo de Cooperação Técnica com a Associação dos Trabalhadores Rurais
de Juruá (Astruj), que são os representantes da Resex do Baixo Juruá.
De
acordo com o coordenador do curso, o pesquisador do Inpa Adriano Lima, o
principal objetivo dessa categoria de unidade de conservação é assegurar os
meios de vida e a cultura dessa população, cuja subsistência baseia-se no
extrativismo e, complementarmente na agricultura, assegurando o uso sustentável
dos recursos naturais da Unidade. “Por isso, mais uma edição do Jomobio estará
sendo realizado pelo Laboratório de Manejo Florestal do Inpa, Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com apoio do Fundo Brasileiro
para a Biodiversidade (Funbio) e do Programa Áreas Protegidas da Amazônia
(ARPA)”, explicou.
O
curso abordará a metodologia sobre monitoramento participativo (trilhas) a
serem implantadas conforme o protocolo de monitoramento da biodiversidade in
situ elaborado pelo ICMBio no âmbito do Projeto Monitoramento da Biodiversidade
com Relevância para o Clima em nível de UC. “Esperamos, dessa forma, contribuir
para que a Resex do Baixo Juruá e a Resex Auati-Paraná se integrem ao Sistema
Brasileiro de Monitoramento da Biodiversidade, em implantação no país”, disse o
coordenador do curso.
Histórico e
Caracterização das Resexs participantes
A Resex do Baixo Juruá foi
criada 1/08/2001. Está localizada na margem direita do Rio Juruá, nas
proximidades do seu encontro com o Rio Solimões. Possui 188.000 hectares de
área, 16 comunidades e aproximadamente 625 extrativistas. A região
caracteriza-se pela cobertura de floresta tropical densa, da sub-região aluvial
da Amazônia, com terraços baixos e planos, sendo encontrados principalmente
ambientes de terra firme (88,95%).
Desde
2006, a Unidade vem realizando o monitoramento da biodiversidade local,
contando principalmente com os moradores que atuam como voluntários.
Inicialmente, o monitoramento esteve direcionado à população de pirarucu,
visando seu manejo; incluindo posteriormente as populações de quelônios e aves
aquáticas.
A
Resex do Baixo Juruá, desde 2005, está inserida em nossos projetos. Em 2006
foram instaladas 83 parcelas. Desse estudo resultou em três produtos para a
elaboração do plano de manejo da Resex; uma dissertação de mestrado. Além
disso, são parcelas que fazem parte da rede de inventário florestal contínuo do
LMF. Em 2012, com o projeto Dinâmica do Carbono da Floresta Amazônica (Cadaf)
novo inventário foi realizado para remedição e instalação de novas parcelas.
Resultou em 121 parcelas. Todas foram georreferenciadas. Em 2015 o projeto
Pró-Rural implantou três pontos para a elaboração do plano de manejo florestal
sustentável em pequena escala. Todas essas ações foram aprovadas pelo Conselho
Deliberativo da Resex do Baixo Juruá.
A Resex Auati-Paraná foi
criada em 07/08/2001, com 16 comunidades (atualmente, 18) e 146.950,82 hectares
de área, quase toda várzea, abrangendo os municípios de Fonte Boa, Japurá e
Maraã. Com cerca de 400 famílias beneficiárias, a unidade possui Conselho
Deliberativo ativo como instrumento de gestão desde 2008. A população tradicional
residente na RESEX Auatí-Paraná descende, em sua maioria, de indígenas
imigrantes do Peru e de nordestinos que vieram para a Amazônia suprir a demanda
de força de trabalho nos seringais.
Atualmente,
seus moradores sobrevivem da pesca, agricultura e extrativismo em geral, com
especial destaque para o manejo sustentável do pirarucu. A ResexAuati-Paraná
também faz parte da rede de monitoramento do Laboratório de Manejo Florestal
(LMF) do Inpa. As parcelas permanentes e temporárias foram instaladas em 2004
pelo projeto Chichuá (Inventário florestal contínuo em áreas manejadas e não
manejadas do estado do Amazonas), financiado pela Fapeam.
Em
2007 foram remedidas e instaladas novas parcelas. Com o projeto Cadaf, em 2012,
a área foi novamente visitada, havendo remedição de parcelas e instalação de
novas parcelas. Isso caracteriza a relação estabelecida com a comunidade.
Com
informações Ascom Inpa
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