quinta-feira, 30 de junho de 2016

Acadêmica do curso de Antropologia da UFAM em Benjamin Constant tem artigos em publicações internacionais

Artigos referem-­se a Relações homoafetivas nas sociedades Tikuna e à Modernidade Sexual na Amazônia.
Pesquisadora Josiane Tikuna é acadêmica do curso de Antropologia do Instituto Natureza e Cultura de Benjamin Constant, unidade da UFAM no Alto Solimões.Pesquisadora Josiane Tikuna é acadêmica do curso de Antropologia do Instituto Natureza e Cultura de Benjamin Constant, unidade da UFAM no Alto Solimões.Josiane Otaviano Guilherme ou Josiane Tikuna é acadêmica do curso de Antropologia no Instituto Natureza e Cultura (INC), unidade da Universidade Federal do Amazonas no município de Benjamin Constant – distante 1.120,49 Km, em linha reta, de Manaus.
Moradora da Comunidade Indígena Ticuna Bom Jardim I e integrante ativa do Movimento Indígena Brasileiro, ela vem estudando a questão de relacionamentos homoafetivos na sociedade Tikuna e teve os artigos Sexual Modernity in Amazonia e Queeing Amazonia: Homo­affective relations among Tikuna society publicados internacionalmente.

Narrativas convencionais desafiadas
O primeiro artigo foi publicado na revista eletrônica E-International Relations, em julho de 2015; o segundo, no Livro Queering Paradigms V -­ Queering Narratives Of Modernity, de Maria Amelia Viteri and Manuela Lavinas.

Em Modernidade sexual na Amazônia, a autora, em parceria com a professora Manuela Lavinas, pesquisadora da área de Relações Internacionais da Universidad San Francisco de Quito (USF), Equador, desafia as narrativas convencionais ao revelar a Amazônia como imersa em tendências globais muito mais que os pesquisadores poderiam suspeitar. “Nós analisamos a política sexual ao longo do Rio Amazonas e os relacionamentos homoafetivos dentro das regras Tikuna de exogamia, ­ que é o costume de se casar com alguém de fora da sua comunidade, clã ou etnia ­ para mostrar a extensão até onde o 'local' e o 'global' interagem um com o outro e se redefinem”, destaca Josiane Tikuna.

Em Relações homoafetivas nas sociedades Tikuna, Josiane apresenta o grupo indígena pesquisado como um dos maiores da Amazônia; explica a organização social deles, estruturada em clãs, e aborda as tentativas de organizações religiosas, ­alheias às regulações da sexualidade entre os Tikuna, ­ de fazê-­los enxergar como defeito moral uniões homoafetivas em seus clãs. “Mais que afligir os costumes dos Tikuna, novas religiões estão interessadas na regulação da sexualidade deles. Essas igrejas têm enquadrado relacionamentos homoafetivos como pecaminosos e o que eram pares corriqueiros sob as regras do clã tornam­-se, progressivamente, pares afetivo-­sexuais anormais aos olhos religiosos, mas não aos olhos dos Tikuna”, destaca a autora no artigo.
 
Pesquisadora Josiane Tikuna em atividade de campo no Alto Solimões.Pesquisadora Josiane Tikuna em atividade de campo no Alto Solimões.
Trabalhos marcados pelo ineditismo
O ineditismo dos trabalhos da autora foi facilitado por ela residir na Comunidade Indígena Ticuna Bom Jardim I, no município de Benjamin Constant, região do Alto Solimões/­Am. “Esta pesquisa teve início em 2011 no Programa Atividade Curricular de Extensão (PACE-PROEXTI), cujo tema é Diversificando: Gênero, Diversidade Sexual, Fronteiras e Direitos Humanos. O trabalho é embasado na entrevista com dois casais de ‘Mulheres Tikunas’ homoafetivas anciãs e um membro da igreja Santa Cruz. As entrevistas foram realizadas em duas comunidades indígenas na cercania do município de Benjamin Constant. 

O objetivo é mostrar que as identidades de gênero e vivências de relações afetivo-­sexuais configuram-­se diferentemente nas culturas e na história e, portanto, não podem ser neutralizadas. Cada etnia tem seus princípios, pouco respeitados e reconhecidos. Resolvi seguir firme com esta linha de pesquisa após ouvir o relato afirmativo de anciã com respeito à temática abordada e também, por vivenciar o grande índice de homossexuais indígenas, tanto de mulheres quanto de homens, especificamente na comunidade Tikuna. A pesquisa levou quatro anos para ser concretizada, passou por apresentação avaliativa em Seminários e por um Colóquio em Benjamin Constant, até obter reconhecimento internacional em 2015”, detalhou a autora.

Portal da Ufam

domingo, 26 de junho de 2016

Ufopa sediará IV Encontro Nacional de Estudantes Indígenas – ENEI, em outubro de 2016

Ufopa sedia IV Encontro Nacional de Estudantes Indígenas – ENEI
Foto: Divulgação
A Universidade Federal do Oeste do Pará recebe, no período de 15 a 19 de outubro de 2016, o IV Encontro Nacional de Estudantes Indígenas – ENEI. As inscrições poderão ser realizadas até o dia 30 de julho no site do evento (http://ufopa.edu.br/enei2016).

O evento contará com a participação de estudantes indígenas e não indígenas de graduação e pós-graduação, professores, profissionais de instituições indigenistas e lideranças indígenas da base de todo o país.

O objetivo será o de promover, de estimular e de fomentar discussões sobre acesso e permanência de estudantes indígenas no ensino superior, procurando uma articulação com o contexto mais amplo da educação básica, da pesquisa e da produção de conhecimento.

Para mais informações sobre hospedagem, submissão de trabalhos, acesse a página do ENEI na Internet: http://ufopa.edu.br/enei2016.
http://www.ufopa.edu.br/noticias/2016/junho/ufopa-sedia-iv-encontro-nacional-de-estudantes-indigenas-2013-enei

Com informações da Ascom/Ufopa

Fórum de Reitores Federais da Região Norte publica Carta de Brasília

O Fórum de Reitores das Instituições Federais de Ensino Superior da Região Norte, reunido no dia 22 de junho de 2016, na sede da Andifes, na cidade de Brasília, reconhece o crescimento virtuoso do ensino superior na região com a expansão ocorrida na última década, resultando na criação de duas Universidades,  Campi e cursos, gerando o crescimento exponencial do número de  vagas na  graduação e na  pós- graduação.  Esse processo de expansão ainda não está consolidado, demandando, em caráter de urgência,  o cumprimento dos compromissos pactuados, os quais são  detalhados a seguir:

  I – FINANCIAMENTO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS.

   Os reitores reconhecem o cenário grave da economia brasileira e lembram que em final de 2014 e 2015 as universidades também somaram esforços com o MEC para redução drástica dos gastos. Apontam, contudo, que há um limite na capacidade das universidades em absorver os cortes e contingenciamentos, sem que isso prejudique a vida acadêmica. Desde janeiro de 2016, as IFES recebem recursos uma vez ao mês e o total não cobre os valores liquidados; a média do repasse não atende aos valores liquidados.

   O acúmulo de dívidas tem produzido efeitos perversos na vida acadêmica, destacadamente o atraso de auxílios  aos estudantes, pagamento com juros de contas de energia elétrica, falta de pagamento e paralisação do trabalho dos terceirizados, principalmente vigilância e limpeza.  Assim como, obras paralisadas ou executadas com grande dilatação do cronograma de execução, encarecendo-as. As universidades atingiram o limite da capacidade de gestão com os recursos repassados e receamos não conseguir garantir o funcionamento das IFES durante o segundo semestre.

   Solicitamos como forma de superar essa difícil situação, que os repasses atendam a 100% dos valores liquidados e que sejam realizados com regularidade de datas para a organização interna das universidades na relação com seus fornecedores, contratos de terceirizados e obras.

II – INFRAESTRUTURA - CONSOLIDAÇÃO DE OBRAS PACTUADAS COM O MEC/SESU.

   Na região Norte, a expansão das universidades permitiu um intenso processo de interiorização e o avanço das instituições em todas as áreas, com atenção especial para saúde e tecnologia, elementos estratégicos para o desenvolvimento regional. Contudo, a implantação das novas IFES, Campi e cursos aconteceu ainda com a estrutura física em construção ou por construir.

   A partir de 2014, com o cenário de crise, o processo de construção foi  desacelerado drasticamente, sem que esses fatores afetassem o ingresso de alunos ou o prosseguimento dos cursos. Passou-se a enfrentar a falta total ou parcial de equipamentos e de infraestrutura fundamentais para a execução das atividades de ensino, pesquisa e extensão. São cursos sem laboratórios (estrutura física e equipamentos), Campi sem salas de aula suficientes e IFES sem espaços básicos para a vida acadêmica. Esses fatores negativos têm afetado a avaliação dos cursos, rebaixando  e ameaçando os conceitos das IFES.
É necessário indicar as prioridades para a retomada das obras, uma vez que são muitas e dificilmente serão executadas ao mesmo tempo. Portanto, propõe-se a recomposição do orçamento para o investimento em capital, com um ‘Plano de execução de obras essenciais ao funcionamento das IFES da região Norte’.  

   O  Plano deve envolver a implantação de infraestrutura física, de equipamentos e de comunicação para fortalecer a EaD como estratégia de expansão das IFES no interior da Amazônia.



III –VAGAS DE PROFESSORES E TÉCNICOS

   O processo de expansão socialmente significativo e de forte impacto na capacidade das universidades responderem às grandes demandas da sociedade pelo ensino superior ainda não se consolidou. As pactuações para a implantação de novas IFES, Campi e cursos não foram cumpridas.  Em todas as IFES da região Norte, o número de professores e técnicos não foi suficiente para completar o processo formativo previsto nos projetos pedagógicos. Como consequência,  no segundo semestre de 2016, faltarão professores em sala de aula nos cursos novos. As IFES aguardam a liberação dos novos códigos de vagas para a realização dos concursos.

   A interrupção do processo de expansão também acarreta uma alta insatisfação da população local, visto o atraso na implantação de ensino superior nos municípios do interior da Amazônia.



IV – PLANO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PARA A AMAZÔNIA.

   O Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento da Amazônia Legal, elaborado em 2013 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, não tevesuas ações realizadas. Apesar de representar um marco de CT&I para fomentar o conjunto das estratégias de desenvolvimento regional e nacional, não compôs  a agenda nacional de políticas públicas para este setor.

   Com o objetivo de iniciar a implantação das ações previstas no Plano, o Fórum propõe que o MEC/SESU lidere as interlocuções junto às agências de fomento e ao  Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação para efetivação das ações nos seguintes eixos:

a)      Infraestrutura de Pesquisa e;

b)      Formação e Fixação de Doutores.

   No eixo de Infraestrutura,  propõe-se atender às demandas de laboratórios de pesquisa das IFES, Internet de qualidade e implantar, em todas as Universidades da Região Norte, salas de aulas interativas. Desta forma, os acadêmicos da pós-graduação poderão assistir às aulas em tempo real em sua própria instituição, mesmo quando  forem ministradas por professores de outras instituições.

   No segundo eixo, se propõe  que a fixação de doutores ocorra por meio da pós-graduação stricto sensu nas universidades da região, de modo integrado. As universidades apresentarão à Capes propostas de mestrado e doutorado em Rede vinculando todas as IFES, com aulas em tempo real pelas salas de aulas interativas. A experiência adotará como referência a metodologia da REAMEC – Rede Amazônia de Ensino de Ciências Matemáticas, devendo alcançar outras áreas do conhecimento. Tecnologias de Informação e Comunicação serão utilizadas para apoiar o processo formativo e diminuir custos com deslocamentos.

   Para a boa execução da proposta e adequação à realidade regional demandamos da Capes a flexibilização para que programas conceito 4 se articulem em Rede e atendam à demanda de formação em pós-graduação do corpo docente das universidades.

   Cientes da importância, da complexidade e dos contornos diferenciados que os temas apresentam,  estas demandas devem ser reconhecidas à luz das especificidades que caracterizam a região Amazônica. Reforça-se nossa convicção de que as universidades são forças poderosas para o desenvolvimento da região.

   As IFES da região Norte estão à disposição para o diálogo e construção de caminhos políticos e sociais para o avanço do ensino superior. É importante frisar a necessidade da intensificação de esforços coletivos para a superação das demandas postas, para não comprometer a capacidade das instituições em fazer frente às metas do Plano Nacional de Educação /PNE.

   Assim, este Fórum apresenta às instâncias decisórias de políticas nacionais, os seus desafios mais emergenciais e se propõe ao diálogo, indicando, contudo, a urgência para o atendimento das demandas apresentadas.

   Este documento representa os anseios das Universidades Federais da região Norte que reiteram o caráter permanente do Fórum como lócus de discussão, interlocução e condução das ações coletivas de interesse das  IFES.

Brasília, 22 de junho de 2016.


Eliane Superti

Presidente 2015/2016

Fórum dos Reitores das Universidades Federais da Região Norte. 

Clique no link para fazer o download
    Carta de Brasília - Fórum de Reitores da Região Norte
Fonte: UNIR
http://www.unir.br/



Amazonas fica fora dos repasse de R$ 28,6 milhões do MDSA



Brasília – O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) repassou R$ 28,6 milhões para 153 municípios ampliarem a rede socioassistencial. O recurso, proveniente do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), será usado na construção de 125 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e 29 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas). Recurso será usado para a construção de Cras e Creas em 153 municípios.

Nenhum município do Estado do Amazonas foi contemplado com o repasse para a ampliação da rede socioassistencial. A Caixa Econômica Federal já pode emitir a autorização de início de obras.  “Esse repasse garante a ampliação da rede de serviços e a continuidade do Sistema Único de Assistência Social”, destacou o ministro Osmar Terra.  

Atualmente, o país conta com 7.511 Cras. Neles, as famílias podem ser incluídas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, ter acesso a benefícios como o Bolsa Família, a cursos de qualificação profissional, e a atividades que promovem o fortalecimento do vínculo familiar. Já os 2.292 Creas atendem famílias que enfrentam situações de maior risco de rompimento desse vínculo, como situação de violência física, psicológica e sexual.

Região Norte foi contemplada com R$ 11.735 milhões do MDSA para investimento em creches.




MDSA transfere R$ 203 milhões para investimento em creches. Recurso corresponde a segunda parcela de 2015, ano em que não foram feitos repasses pelo governo federal.

Brasília – O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) repassou R$ 203 milhões para 2.650 prefeituras que atendem crianças beneficiárias do Bolsa Família em creches públicas e conveniadas. O recurso é referente a segunda parcela do montante que deveria ter sido pago em 2015, ano em que não foram feitos repasses pelo governo federal. Este é o primeiro pagamento feito na gestão do ministro Osmar Terra. 

As prefeituras da região o montante total do repasse foi de 11.735 milhões de reais para ser partilhado entre as secretarias de educação que atendem crianças beneficiárias do programa bolsa família em creches públicas. 

O dinheiro será destinado às prefeituras que ampliaram o número de matrículas em creches para crianças de 0 a 48 meses. “Com esse repasse iniciamos os pagamentos atrasados do governo anterior para melhorar o atendimento às crianças”, destacou o ministro Osmar Terra.

Atualmente, a Ação Brasil Carinhoso possibilita o atendimento de 756 mil crianças beneficiadas pelo programa de transferência de renda. Na última passada, foi publicada no Diário Oficial da União medida provisória prevendo apoio financeiro para municípios que atendem crianças de até quatro anos com deficiência e que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC), incluindo as com microcefalia.


Com informações Ascom / Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.