Carta dos
Chefes dos Índios das Seis Nações
Texto
extraído do livro o que é educação. BRANDÃO,
Carlos Rodrigues. (1995 - Pág. 8-9). (*)[1]
Há muitos anos nos Estados Unidos. Virginia e Maryland
assinaram um tratado de paz com os Índios
das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre
foram muito adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus
governantes mandaram cartas aos índios para que enviassem alguns de seus jovens
às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo e recusando. A carta
acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamim Franklin adotou o
costume de divulgá-la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:
“... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores
desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração.
Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes
nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não
ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a
nossa.
... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados
nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles
voltaram para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e
incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o
inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram,
portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou
como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e,
embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos
nobres senhores de Virginia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes
ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, HOMENS.”
[1] Extraído
pelo professor SOUZA, Josenildo
Santos de. Graduado em Filosofia e Especialista em Ética. Usado na disciplina
Filosofia da Educação. Curso de Pedagogia. Instituto Natureza e Cultura/UFAM.
Pólo Alto Solimões – Benjamim Constant/AM..