terça-feira, 6 de dezembro de 2011

RESENHA COMENTADA - O MITO MODERNO DA NATUREZA INTOCADA



RESENHA COMENTADA - O MITO MODERNO DA NATUREZA INTOCADA

Josenildo Santos de Souza[1][1]


O livro de Antônio Carlos Diegues encontra-se dividido em 10 capítulos, sendo que os capítulos tem subcapítulos. É no capítulo 4 que o autor explica o conceito e a noção de natureza intocada e mito moderno.

A noção de mito naturalista, da natureza intocada, do mundo selvagem diz respeito a uma representação simbólica pela qual existiriam áreas naturais intocadas e intocáveis pelo homem, apresentando componentes num estado ´puro´ até anterior ao aparecimento do homem. Esse mito supõe a incompatibilidade entre as ações de quaisquer grupos humanos e a conservação da natureza. O homem seria, desse modo, um destruidor do mundo natural e, portanto, deveria ser mantido separado das áreas naturais que necessitam de uma ´proteção total´. (Diegues, 1994, p. 45).

O mito moderno segundo o autor seria

um conjunto de representações existentes entre setores importantes do Conservacionismo ambiental de nosso tempo, portador de uma concepção hipocêntrica das relações homem-natureza, pela qual o mundo natural tem direito idênticos ao ser humano. Como corolário dessa concepção, o homem não teria o direito de dominar a natureza. Esse mito tem raízes profundas nas grandes religiões, sobretudo a cristã, e esta associada a ideia de paraíso perdido. (idem, 1994, p. 45).

Antônio Diegues (1996) diz que a criação de parques nacionais tem sua origem nos Estados Unidos, sendo o primeiro de Yelloswstone em meados do século XIX.  Keith Thomas (1983) citado por Diegues diz que essa ideia surgiu na Europa e neste momento a literatura europeia era rica em aventuras envolvendo “paraísos perdidos”, pedaços da natureza intocada (selvagem, pristina), sem a presença do homem.
As áreas naturais conforme Carlos Diegues nasceu protegidas e nos Estados Unidos influenciaram o conceito de parques nacionais. As “wildeness” (vida natural/selvagem) eram concebidas sem a presença humana e feitas para fins de recreação e amenizar as pressões ecológicas dos que viviam nas regiões urbanas. Rodam apud Diegues (1994 p. 29) diz que ”[...] a criação dos parques obedeceu a uma visão antropocêntrica na medida em que beneficiava as populações urbanas e valorizava, principalmente, as motivações estéticas, religiosas e culturais dos humanos[...].”.
Diegues mostra que a concepção de “mundo natural” diverge entre as populações urbanas e indígenas e das zonas rurais recorrendo a Gomez-Ponpa e Kauss que fazem uma crítica a noção de “mundo natural”, pois apontam que o conceito de “wilderness” (mundo natural/selvagem/ como terra intocada ou domesticada) é, fundamentalmente, uma percepção urbana, uma visão de pessoas que vivem longe do ambiente natural de que dependem como fonte de matéria-prima.Os habitantes da zona rural têm percepções diferentes das áreas que os urbanos designam com e baseiam seu uso da terra em visões alternativas.

Os grupos indígenas dos trópicos por exemplo, não consideram a floresta tropical como selvagem: é sua casa. Muitos agricultores, entram numa relação pessoal com o meio ambiente. [...] O termo conservação pode não fazer parte de seu vocabulário, mas é parte de seu modo de vida e de suas percepções das relações homem com a natureza. (Gomez-Ponpa e Kauss apud Diegues, 1994, p. 30).

Diegues (1994) identifica nos Estados Unidos o debate entre duas correntes teórico-práticas: O Conservacionismo que pregava o uso racional dos recursos por meio do manejo e que todo recurso deveria ser usado para o beneficio da maioria, e preservação dos desperdícios, defendidos por Gifford Pinchot. apud Diegues (1994, p. 24) que deveria “agia dentro de um contexto de transformação da natureza em mercadoria”.
Pinchot apud Diegues (1994, p. 24) “acreditava que a conservação deveria se basear em três princípios: o uso dos recursos naturais pela geração presente, a preservação de desperdício e o desenvolvimento dos recursos naturais para muitos cidadãos”.O preservacionismo que pregava a “reverência” da natureza no sentido da apreciação estética e espiritual da vida selvagem (wilderness) pretendia proteger a natureza contra o desenvolvimento industrial e urbana. O preservacionismo nos Estados Unidos foi influenciado por Henry David Thoreau e por John Muir que analisou os impactos negativos da civilização sobre a natureza Muir defendia o respeito ao meio ambiente.
No segundo capítulo Diegues (1994) apresenta criticas ao modelo de parques nacionais: 1 Rodman apud Diegues (1994) afirma que o modelo possui uma visão antropocêntrica e privilegiava as (populações urbana, apelo estético/religioso, seletivo). Baird Callicot apud Diegues (1994) crítica a concepção de wilderness porque marca a separação entre sociedade e natureza. Diegues mostra que esse modelo foi exportado para o resto do mundo, criando um hiato entre povos e parques.
Diegues (1994) destaca que esse modelo de Conservacionismo foi nocivo e devastador para os países do Terceiro Mundo, sobretudo para as “populações tradicionais” de extrativistas, pescadores, índios, cuja relação com a natureza é diferente daquela analisada por Muir e os primeiros “ideólogos” dos parques nacionais americanos.
No terceiro capítulo Diegues (1994) fala sobre as atuais escolas do pensamento ecológico que tratam do “mundo natural selvagem”, destacando que:
1.        A ecologia profunda (deep ecology) cunhada por Anne Naes, considera que a natureza deve ser preservada por ela própria, recebendo influências do espiritualismo cristão. A natureza teria os mesmos direitos que o homem. Sua crítica é feita aos ecologistas sociais que acham difícil o ser humano negar seu antropocentrismo e além do mais suas proposições que as sociedades humanas deveriam inspirar-se na natureza, demonstram que o transcurso da história ”toda justificação da ordem social pelas leis da natureza serviu ao totalitarismo” (Diegues, 1994, p. 38).
2.        Ecologia Social, vê os seres humanos  como sociais organizados em grupos diferentes. São considerados anarquistas, utópicos. Propõe uma sociedade democrática, descentralizada e baseada na sociedade comunal de produção.
3.        Eco-socialismo é baseado numa crítica ao culturalismo e ao naturalismo. Nasceu das discussões influenciadas pelas forças produtivas da natureza. Esse novo naturalismo baseia-se me três ideias principais: a) o homem produz o meio que o cerca e é ao mesmo tempo seu produto; c) considera a natureza parte de nossa história; d) a coletividade e não o individuo se relaciona com a natureza. A sociedade é ao mesmo tempo parte e criação da natureza.
No quarto capítulo Diegues (1994) aborda os mitos bio-antropomórficos (Morin, 1991), os neo-mitos e o mundo natural que comportam dois princípios: 1 Inteligibilidade e semântico e um subprincípio o da unidualidade que sofre influencia dos ciclos da natureza.
Segundo Morin apud Diegues (1994) os mitos permanecem presentes nas sociedades modernas através da experiência afetiva pela poesia e pela arte. Morin apud Diegues (1994, p. 49) ao dizer que

a historia contemporânea, dissolvendo as antigas mitologias, cria outras e regenera, de forma propriamente moderna o pensamento simbólico/mitológico/mágico. Para esse autor, há persistência do pensamento mitológico em regiões rurais distantes e atrasadas, mas também há uma ressurgência de mitos no mundo urbano. De um lado, ainda que a antiga analogia antropo-sócio-antropológico esteja morta no plano da crença nas sociedades modernas, seus paradigmas se encontram vivos na experiência  afetiva, na poesia e na arte.

Diz Morin apud Diegues (1994) que os mitos não pertencem apenas e exclusivamente aos povos indígenas, mas existem também entre populações de caçadores, extrativistas, pescadores, agricultores itinerantes que vivem afastados da economia de mercado.  Para Morin apud Diegues (1994, p. 47) os mitos são

narrativas que descrevem ‘a origem do mundo,  origem do homem, o seu estatuto e a sua sorte na natureza, as suas relações com os deuses e os espíritos. Mas os mitos não falam só da cosmogenese, não falam  so da passagem da natureza a cultura, mas também de tudo o que concerne a identidade, o passado, o futuro, o possível, o impossível, e de tudo o que suscita a interrogação, a curiosidade, a necessidade, a aspiração. Transformam a história de uma comunidade, cidade, povo, tornam-na lendária, e mais geralmente, tendem a desdobrar tudo que acontece no nosso mundo real e no nosso mundo imaginário para os ligar e os projetar juntos no mundo mitológico.

A concepção de áreas naturais protegidas está permeada de mitos seja pela necessidade de “salvação da biodiversidade”, seja pelo conteúdo de mundo selvagem. Atualmente os mitos e neo-mitos estão presentes nas atividades das sociedades primitivas, tradicionais, extrativistas e ribeirinhos, pois o mito universal é o calendário, o céu, as estrelas, tecem proibições e interdições para o exercício das atividades. O turismo ecológico é visto como um neomito.
No quito capítulo Diegues (1994) fala que nas relações do homem com a natureza aparece uma parte ideal, onde são exercidas três funções do conhecimento que é representar, organizar e legitimar as relações do ser humano com a natureza. As relações entre homens e deles com a natureza segundo Godelier apud Diegues (1994, p. 56) são as representações de dois tipos: a) processo de trabalho (taxonomia); b) as que legitimam o lugar e a posição do individuo na realidade.
Essa forma também seria expressa por meio da linguagem, uma vez que é por meio dela que se transmitem o conhecimento e aprendizado. Assim, segundo Godelier a linguagem poderia ser incluída nas forças produtivas. Há segundo o autor um conflito entre o espaço ecológico criado para uso das populações urbanas e o espaço dos comunitários, o território das populações tradicionais que possuem sua representação no espaço que lhes fornece meio de subsistências, meios de produção das relações sociais e materiais. Segundo Mckay apud Diegues (1994, p. 58) há três tipos diferentes de propriedades: 

Propriedade privada individual; 2. Propriedade pública (áreas naturais protegidas); c) e propriedades comuns, ou formas comuns ou comunitárias de apropriação de espaços ou recursos naturais, sobretudo os renováveis. Esse processo é visto como um sacrifício necessário das populações residentes nesses espaços em benéfico da população urbana. Isso representaria a sobreposição de espaços e há também o choque entre as populações tradicionais e as sociedades modernas.

No sexto capítulo Diegues (1994) aborda alguns conceitos de cultura. Relaciona-os a antropologia e sua relação com a natureza. Aborda a ecologia cultural que estuda os processos adaptativos por meio dos quais as sociedades são afetadas por ajustes básicos, e por meio deles utiliza o meio ambiente. Seu principal conceito é o “cultural core” onde estão as atividades de subsistência, a tecnologia e a organização social. Outra abordagem é a antropologia ecológica que é baseada na teoria de sistemas, seus principais conceitos seriam a homeostase, autorregularão e auto-alimentação.   
A Etnociência para descobrir a lógica subjacente do conhecimento do mundo natural, parte da linguística. Lança mão de três áreas básicas: classificação, nomenclatura ou folk e a da identificação. Já a Antropologia neomarxista (ou econômica) que incorpora conceitos como os modos de produção e renovação social, além de incorporar o domínio dos  mitos e representações, faz ligações entre sociedades pré-capitalistas e capitalistas.
Para Redfild apud Diegues (1994) há uma diferença entre culturas tradicionais, marcando uma separação entre os indígenas e os camponeses. A diretiva de 1991 conceitua povos nativos usando as seguintes características: 1. Ligação intensa com os territórios tradicionais; 2. Auto-identificação e identificação pelos outros como grupos culturais distintos; 3. Linguagem própria; 4. Presença de instituições sociais e politicas próprias e tradicionais; e 5. Sistemas de produção voltada para a subsistência.
Dasmann apud Diegues (1994) classifica dois tipos de sociedades com relação a natureza: 1. Os povos do ecossistema (simbiose) e 2. Os povos biosfera interligadas a uma economia global. Diegues aponta que na relação entre as populações tradicionais e a natureza é a noção de “território” é predominante. O autor (1994, p. 75) diz que “o território depende não somente do tipo de meio-físico explorado, mas também das relações sociais existentes”. Esses espaços são espaços das representações mitológicas, oriundas do imaginário. Há sociedades que consideram certos espaços na floresta como naturais ou sagrados.
As práticas de preservar os espaços sagrados segundo Newman, é uma prática “ancestral de proibir o acesso a certas florestas ao homem, é uma forma de criar zonas de preservação onde a flora e a fauna poderiam se reproduzir com tranquilidade” em uma perspectiva e dimensão sustentável dos povos tradicionais.   Diegues (1994) aponta que as culturas tradicionais são definidas e estão relacionadas com o tipo de organização social, econômica e politica com pouca ou nenhuma acumulação de capital, não usando força de trabalho assalariado. 
O autor caracteriza as culturas e sociedades tradicionais pela: 1. Dependência, simbiose com a natureza (modo de vida); 2. Conhecimento aprofundado da natureza e dos seus ciclos (manejo) e transferência de conhecimento; 3. Noção de território; 4. Tempo de ocupação pelas gerações; 5. Atividades de subsistência e sua relação com o mercado; 6. Reduzida acumulação de capital; 7. Unidade familiar, relação de parentesco ou compadrio; 8. Simbioses (mitos e rituais) relacionadas as atividades econômicas. 9. Tecnologia reduzida de impacto ao meio ambiente; 10. Fraco poder político; 11. Auto-identificação ou identificação pelos outros.
Ao falar das mudanças sociais, Diegues associa estas a articulação com o capitalismo e Queiroz apud Diegues (1994) afirma que as primeiras mudanças ocorrem no consumo. “Nesse contexto, as áreas naturais protegidas poderão contribuir para a manutenção de exemplos dinâmicos de relação harmoniosas entre homem e natureza para as sociedades urbanas industriais” (Diegues, p. 86). A conservação das populações representa poder, mostrando que a diversidade cultural caminha passo a passo com a diversidade ecológica.
No sétimo capítulo, Diegues (1994) mostra a história sobre o surgimento da noção de parques nacionais. As bases teóricas foram definidas na segunda metade do séc. XIX. A América Latina teve seu primeiro parque em 1984 no México. No Brasil, só em 1973, com objetivos iguais aos de Yellowstone, bem depois de México, Argentina e Chile. Um marco importante foi a definição de parques nacionais no Terceiro Congresso Mundial de Parques Nacionais, em 1962, em Bali (Indonésia).
A preocupação com as populações tradicionais para Diegues (1994, p. 91), tem seu marco em 1985, na revista Cultural Suvivar (volume 9, n. 1, fevereiro 1985) que teve sua publicação dedicada em defesa das populações tradicionais com o titulo “Parks and People”. Jason W. Clay em diversos artigos critica a expulsão das populações tradicionais das áreas protegidas, mostrando que as áreas podem conter modos de vidas tradicionais, afirmando que estas poderiam se beneficiar com a venda de produtos ou da renda gerada pelo turismo ecológico.
Em 1986, a conferência da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), realizada em Ottawa (Canada), destaca a forma de relação entre populações tradicionais e as unidades de conservação. A conferência recomendou que

[...] os povos tradicionais não devem ter seu modo de vida alterado se decidirem permanecer na área do parque ou que não sejam reassentados fora dela sem seu consentimento. [...] foi a primeira vez que foi tratada de forma explicita a situação dos povos tradicionais que vivem em parques. (Diegues, 1994, p. 93).

Em 1986, a Conferência da UICN, no Manual de Manejo das áreas protegidas nos trópicos, propõe a criação de Zonas Tampão para proteger as áreas e permitir algumas atividades compatíveis com a conservação. Em 1986, em Bariloche a UICN enfatizou papel das áreas protegidas para o desenvolvimento sustentável, mas reconhece a questão das populações tradicionais no processo de desenvolvimento.
No oitavo capítulo, Diegues (1994) destaca os trabalhos pioneiros e valiosos de Caio Prado sobre a alteração dos ciclos ecológicos e os de Sergio Buarque de Holanda sobre a relação entre paraíso perdido e a descoberta do Brasil. No período colonial há que se destacarem as atividades de José Bonifácio no início do século XIX que combatia o corte das florestas e sugeriu a criação de um setor administrativo especialmente voltado para a conservação da floresta.
Em 1934, conforme Diegues (1994), por iniciativa de Alberto Jose de Sampaio e Leôncio Correia, foi realizada a I Conferencia para a Proteção da Natureza promovida pela “Sociedade dos Amigos das Árvores”, ano em que surgiram os primeiros Códigos de Caca e Pesca, de Minas, Águas e Florestal. Em 1896, São Paulo cria o Serviço Florestal. A Constituição de 1937, endossou a Constituição de 1934 reafirmando a responsabilidade do Estado na proteção e cuidados dessas áreas. O I Parque Nacional foi criado em 1937, em Itatiaia, para a pesquisa e lazer. Foi nesse período que formularam-se critica as iniciativas governamentais do Brasil (Ibama), recusando-a de uma visão derrotista, ignorância das especificidades do 3 Mundo.
Em 1992, foi apresentado ao Congresso, o projeto de Lei n. 2.892, a proposta do Sistema Nacional de Unidade de Conservação - SNUS, apresenta uma visão conservadora, onde a natureza é vista como um sistema sem conservação de como esse sistema vive. Não há uma referência ao problema dos “parks ano peoples”. Não há uma referência à proteção da diversidade cultural: Há um estabelecimento de hierarquia entre as áreas a serem protegidas pelas mais completas e importantes visão autoritária, onde a proposta das novas UCs não deve passar à participação da sociedade.
Diegues enfatiza a importância das populações locais para assegurar a diversidade biológica. Diz que é inevitável repensar o conceito de “florestas naturais”. Além do que se tornam necessários resgatar os sistemas tradicionais de manejo praticado pelas populações tradicionais, técnicas essas que tem contribuído para a preservação da diversidade biológica.
 Citando POSEY (1987); GOME-POMPA & KAUS (1992) e BROWN, K. &. BRWN, G. (1992) Diegues defende e aponta a necessidade de se incorporarem às populações tradicionais no manejo das áreas. Atesta o grande cabedal de conhecimento das populações indígenas e tradicionais na conservação da biodiversidade da floresta tropical brasileira na perspectiva do desenvolvimento sustentável.
O autor destaca que as populações urbanas tem muito que aprender com as populações tradicionais que vivem em harmonia com a natureza. Chama atenção para as várias formas tradicionais de manejo de águas estuarinas e costeiras por pescadores artesanais.  Diz que as diversas técnicas de manejos tanto para a floresta como para os ambientes costeiros contribuíram e contribuem para a manutenção da diversidade biológica, tanto das espécies quanto dos ecossistemas. São práticas que revelam um grande conhecimento acumulado pelas populações tradicionais.
Em suas conclusões Diegues (1994) destaca que nem todos os moradores são conservacionistas natos, mas entre eles há populações tradicionais que armazenaram um vasto cabedal de conhecimento empírico do funcionamento do mundo natural em que vivem. Destaca que há uma grande necessidade de se conhecer melhor as relações entre a manutenção da diversidade biológica e a conservação da diversidade cultural com a participação das populações nativas, extrativistas e ribeirinhas..

Referência:
DIEGUES, Antônio Carlos. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: NUPAUB – Universidade de São Paulo, 1994.


[1][1] Professor de Filosofia e Filosofia da Educação da Universidade Federal do Amazonas – Instituto de Natureza e Cultura – Campus Alto Solimões. Ministrou ainda as disciplinas Novas Tecnologias da Informação/Comunicação e Saberes Tradicionais.  Dados para citação: SOUZA, J.S. e-mail: josenildosantosdesouza@ufam.edu.br.  Data da publicação Dezembro de 2011. http//www.filosofianoaltosolimoes.blogspot.com.






Um comentário:

  1. O livro é uma verdadeira prova de que a boa retórica é capaz de distorcer qualquer fato ou verdade. O livro constitui uma homenagem ao antropocentrismo exacerbado e cultua e enaltece o que o ser humano tem de pior como se fosse uma coisa boa. Um verdadeiro lixo literário!!

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