RESENHA COMENTADA - O MITO
MODERNO DA NATUREZA INTOCADA
Josenildo Santos de Souza[1][1]
O livro de Antônio Carlos Diegues encontra-se
dividido em 10 capítulos, sendo que os capítulos tem subcapítulos. É no
capítulo 4 que o autor explica o conceito e a noção de natureza intocada e mito
moderno.
A noção de mito naturalista, da
natureza intocada, do mundo selvagem diz respeito a uma representação simbólica
pela qual existiriam áreas naturais intocadas e intocáveis pelo homem,
apresentando componentes num estado ´puro´ até anterior ao aparecimento do
homem. Esse mito supõe a incompatibilidade entre as ações de quaisquer grupos
humanos e a conservação da natureza. O homem seria, desse modo, um destruidor
do mundo natural e, portanto, deveria ser mantido separado das áreas naturais
que necessitam de uma ´proteção total´. (Diegues, 1994, p. 45).
O mito moderno segundo o autor seria
um conjunto de representações
existentes entre setores importantes do Conservacionismo ambiental de nosso
tempo, portador de uma concepção hipocêntrica das relações homem-natureza, pela
qual o mundo natural tem direito idênticos ao ser humano. Como corolário dessa
concepção, o homem não teria o direito de dominar a natureza. Esse mito tem
raízes profundas nas grandes religiões, sobretudo a cristã, e esta associada a
ideia de paraíso perdido. (idem, 1994, p. 45).
Antônio Diegues (1996) diz que a criação de parques
nacionais tem sua origem nos Estados Unidos, sendo o primeiro de Yelloswstone
em meados do século XIX. Keith Thomas
(1983) citado por Diegues diz que essa ideia surgiu na Europa e neste momento a
literatura europeia era rica em aventuras envolvendo “paraísos perdidos”,
pedaços da natureza intocada (selvagem, pristina), sem a presença do homem.
As áreas naturais conforme Carlos Diegues nasceu
protegidas e nos Estados Unidos influenciaram o conceito de parques nacionais.
As “wildeness” (vida natural/selvagem) eram concebidas sem a presença humana e
feitas para fins de recreação e amenizar as pressões ecológicas dos que viviam
nas regiões urbanas. Rodam apud Diegues (1994 p. 29) diz que ”[...] a
criação dos parques obedeceu a uma visão antropocêntrica na medida em que
beneficiava as populações urbanas e valorizava, principalmente, as motivações
estéticas, religiosas e culturais dos humanos[...].”.
Diegues mostra que a concepção de “mundo natural”
diverge entre as populações urbanas e indígenas e das zonas rurais recorrendo a
Gomez-Ponpa e Kauss que fazem uma crítica a noção de “mundo natural”, pois
apontam que o conceito de “wilderness” (mundo natural/selvagem/ como terra
intocada ou domesticada) é, fundamentalmente, uma percepção urbana, uma visão
de pessoas que vivem longe do ambiente natural de que dependem como fonte de
matéria-prima.Os habitantes da zona rural têm percepções diferentes
das áreas que os urbanos designam com e baseiam seu uso da terra em visões
alternativas.
Os grupos indígenas dos trópicos
por exemplo, não consideram a floresta tropical como selvagem: é sua casa.
Muitos agricultores, entram numa relação pessoal com o meio ambiente. [...] O
termo conservação pode não fazer parte de seu vocabulário, mas é parte de seu
modo de vida e de suas percepções das relações homem com a natureza.
(Gomez-Ponpa e Kauss apud Diegues, 1994, p. 30).
Diegues (1994) identifica nos Estados Unidos o
debate entre duas correntes teórico-práticas: O Conservacionismo que pregava o
uso racional dos recursos por meio do manejo e que todo recurso deveria ser
usado para o beneficio da maioria, e preservação dos desperdícios, defendidos
por Gifford Pinchot. apud Diegues (1994, p. 24) que deveria “agia dentro de um
contexto de transformação da natureza em mercadoria”.
Pinchot apud Diegues (1994, p. 24) “acreditava que
a conservação deveria se basear em três princípios: o uso dos recursos naturais
pela geração presente, a preservação de desperdício e o desenvolvimento dos
recursos naturais para muitos cidadãos”.O preservacionismo que pregava a “reverência” da
natureza no sentido da apreciação estética e espiritual da vida selvagem
(wilderness) pretendia proteger a natureza contra o desenvolvimento industrial
e urbana. O preservacionismo nos Estados Unidos foi influenciado por Henry
David Thoreau e por John Muir que analisou os impactos negativos da civilização
sobre a natureza Muir defendia o respeito ao meio ambiente.
No segundo capítulo Diegues (1994) apresenta
criticas ao modelo de parques nacionais: 1 Rodman apud Diegues (1994) afirma
que o modelo possui uma visão antropocêntrica e privilegiava as (populações
urbana, apelo estético/religioso, seletivo). Baird Callicot apud Diegues (1994)
crítica a concepção de wilderness porque marca a separação entre sociedade e
natureza. Diegues mostra que esse modelo foi exportado para o resto do mundo, criando
um hiato entre povos e parques.
Diegues (1994) destaca que esse modelo de
Conservacionismo foi nocivo e devastador para os países do Terceiro Mundo,
sobretudo para as “populações tradicionais” de extrativistas, pescadores,
índios, cuja relação com a natureza é diferente daquela analisada por Muir e os
primeiros “ideólogos” dos parques nacionais americanos.
No terceiro capítulo Diegues (1994) fala sobre as
atuais escolas do pensamento ecológico que tratam do “mundo natural selvagem”,
destacando que:
1.
A
ecologia profunda (deep ecology) cunhada por Anne Naes, considera que a
natureza deve ser preservada por ela própria, recebendo influências do
espiritualismo cristão. A natureza teria os mesmos direitos que o homem. Sua
crítica é feita aos ecologistas sociais que acham difícil o ser humano negar
seu antropocentrismo e além do mais suas proposições que as sociedades humanas
deveriam inspirar-se na natureza, demonstram que o transcurso da história ”toda
justificação da ordem social pelas leis da natureza serviu ao totalitarismo”
(Diegues, 1994, p. 38).
2.
Ecologia
Social, vê os seres humanos como sociais
organizados em grupos diferentes. São considerados anarquistas, utópicos.
Propõe uma sociedade democrática, descentralizada e baseada na sociedade
comunal de produção.
3.
Eco-socialismo
é baseado numa crítica ao culturalismo e ao naturalismo. Nasceu das discussões
influenciadas pelas forças produtivas da natureza. Esse novo naturalismo
baseia-se me três ideias principais: a) o homem produz o meio que o cerca e é
ao mesmo tempo seu produto; c) considera a natureza parte de nossa história; d)
a coletividade e não o individuo se relaciona com a natureza. A sociedade é ao
mesmo tempo parte e criação da natureza.
No quarto capítulo Diegues (1994) aborda os mitos
bio-antropomórficos (Morin, 1991), os neo-mitos e o mundo natural que comportam
dois princípios: 1 Inteligibilidade e semântico e um subprincípio o da
unidualidade que sofre influencia dos ciclos da natureza.
Segundo Morin apud Diegues (1994) os mitos
permanecem presentes nas sociedades modernas através da experiência afetiva
pela poesia e pela arte. Morin apud Diegues (1994, p. 49) ao dizer que
a historia contemporânea,
dissolvendo as antigas mitologias, cria outras e regenera, de forma
propriamente moderna o pensamento simbólico/mitológico/mágico. Para esse autor,
há persistência do pensamento mitológico em regiões rurais distantes e
atrasadas, mas também há uma ressurgência de mitos no mundo urbano. De um lado,
ainda que a antiga analogia antropo-sócio-antropológico esteja morta no plano
da crença nas sociedades modernas, seus paradigmas se encontram vivos na
experiência afetiva, na poesia e na
arte.
Diz Morin apud Diegues (1994) que os mitos não
pertencem apenas e exclusivamente aos povos indígenas, mas existem também entre
populações de caçadores, extrativistas, pescadores, agricultores itinerantes
que vivem afastados da economia de mercado.
Para Morin apud Diegues (1994, p. 47) os mitos são
narrativas que descrevem ‘a
origem do mundo, origem do homem, o seu
estatuto e a sua sorte na natureza, as suas relações com os deuses e os
espíritos. Mas os mitos não falam só da cosmogenese, não falam so da passagem da natureza a cultura, mas
também de tudo o que concerne a identidade, o passado, o futuro, o possível, o
impossível, e de tudo o que suscita a interrogação, a curiosidade, a
necessidade, a aspiração. Transformam a história de uma comunidade, cidade,
povo, tornam-na lendária, e mais geralmente, tendem a desdobrar tudo que
acontece no nosso mundo real e no nosso mundo imaginário para os ligar e os
projetar juntos no mundo mitológico.
A concepção de áreas naturais protegidas está
permeada de mitos seja pela necessidade de “salvação da biodiversidade”, seja
pelo conteúdo de mundo selvagem. Atualmente os mitos e neo-mitos estão
presentes nas atividades das sociedades primitivas, tradicionais, extrativistas
e ribeirinhos, pois o mito universal é o calendário, o céu, as estrelas, tecem
proibições e interdições para o exercício das atividades. O turismo ecológico é
visto como um neomito.
No quito capítulo Diegues (1994) fala que nas
relações do homem com a natureza aparece uma parte ideal, onde são exercidas
três funções do conhecimento que é representar, organizar e legitimar as
relações do ser humano com a natureza. As relações entre homens e deles com a
natureza segundo Godelier apud Diegues (1994, p. 56) são as representações de
dois tipos: a) processo de trabalho (taxonomia); b) as que legitimam o lugar e
a posição do individuo na realidade.
Essa forma também seria expressa por meio da
linguagem, uma vez que é por meio dela que se transmitem o conhecimento e
aprendizado. Assim, segundo Godelier a linguagem poderia ser incluída nas
forças produtivas. Há segundo o autor um conflito entre o espaço ecológico
criado para uso das populações urbanas e o espaço dos comunitários, o
território das populações tradicionais que possuem sua representação no espaço
que lhes fornece meio de subsistências, meios de produção das relações sociais
e materiais. Segundo Mckay apud Diegues (1994, p. 58) há três
tipos diferentes de propriedades:
Propriedade privada individual;
2. Propriedade pública (áreas naturais protegidas); c) e propriedades comuns,
ou formas comuns ou comunitárias de apropriação de espaços ou recursos
naturais, sobretudo os renováveis. Esse processo é visto como um sacrifício
necessário das populações residentes nesses espaços em benéfico da população
urbana. Isso representaria a sobreposição de espaços e há também o choque entre
as populações tradicionais e as sociedades modernas.
No sexto capítulo Diegues (1994) aborda alguns
conceitos de cultura. Relaciona-os a antropologia e sua relação com a natureza.
Aborda a ecologia cultural que estuda os processos adaptativos por meio dos
quais as sociedades são afetadas por ajustes básicos, e por meio deles utiliza
o meio ambiente. Seu principal conceito é o “cultural core” onde estão as
atividades de subsistência, a tecnologia e a organização social. Outra
abordagem é a antropologia ecológica que é baseada na teoria de sistemas, seus
principais conceitos seriam a homeostase, autorregularão e auto-alimentação.
A Etnociência para descobrir a lógica subjacente do
conhecimento do mundo natural, parte da linguística. Lança mão de três áreas
básicas: classificação, nomenclatura ou folk e a da identificação. Já a Antropologia
neomarxista (ou econômica) que incorpora conceitos como os modos de produção e
renovação social, além de incorporar o domínio dos mitos e representações, faz ligações entre
sociedades pré-capitalistas e capitalistas.
Para Redfild apud Diegues (1994) há uma diferença
entre culturas tradicionais, marcando uma separação entre os indígenas e os
camponeses. A diretiva de 1991 conceitua povos nativos usando as seguintes
características: 1. Ligação intensa com os territórios tradicionais; 2.
Auto-identificação e identificação pelos outros como grupos culturais
distintos; 3. Linguagem própria; 4. Presença de instituições sociais e
politicas próprias e tradicionais; e 5. Sistemas de produção voltada para a
subsistência.
Dasmann apud Diegues (1994) classifica dois tipos
de sociedades com relação a natureza: 1. Os povos do ecossistema (simbiose) e
2. Os povos biosfera interligadas a uma economia global. Diegues aponta que na
relação entre as populações tradicionais e a natureza é a noção de “território”
é predominante. O autor (1994, p. 75) diz que “o território depende não somente
do tipo de meio-físico explorado, mas também das relações sociais existentes”.
Esses espaços são espaços das representações mitológicas, oriundas do imaginário.
Há sociedades que consideram certos espaços na floresta como naturais ou
sagrados.
As práticas de preservar os espaços sagrados
segundo Newman, é uma prática “ancestral de proibir o acesso a certas florestas
ao homem, é uma forma de criar zonas de preservação onde a flora e a fauna
poderiam se reproduzir com tranquilidade” em uma perspectiva e dimensão
sustentável dos povos tradicionais. Diegues
(1994) aponta que as culturas tradicionais são definidas e estão relacionadas
com o tipo de organização social, econômica e politica com pouca ou nenhuma
acumulação de capital, não usando força de trabalho assalariado.
O autor
caracteriza as culturas e sociedades tradicionais pela: 1. Dependência,
simbiose com a natureza (modo de vida); 2. Conhecimento aprofundado da natureza
e dos seus ciclos (manejo) e transferência de conhecimento; 3. Noção de
território; 4. Tempo de ocupação pelas gerações; 5. Atividades de subsistência
e sua relação com o mercado; 6. Reduzida acumulação de capital; 7. Unidade
familiar, relação de parentesco ou compadrio; 8. Simbioses (mitos e rituais)
relacionadas as atividades econômicas. 9. Tecnologia reduzida de impacto ao
meio ambiente; 10. Fraco poder político; 11. Auto-identificação ou
identificação pelos outros.
Ao falar das mudanças sociais, Diegues associa
estas a articulação com o capitalismo e Queiroz apud Diegues (1994) afirma que
as primeiras mudanças ocorrem no consumo. “Nesse contexto, as áreas naturais
protegidas poderão contribuir para a manutenção de exemplos dinâmicos de relação
harmoniosas entre homem e natureza para as sociedades urbanas industriais”
(Diegues, p. 86). A conservação das populações representa poder, mostrando que
a diversidade cultural caminha passo a passo com a diversidade ecológica.
No sétimo capítulo, Diegues (1994) mostra a
história sobre o surgimento da noção de parques nacionais. As bases teóricas
foram definidas na segunda metade do séc. XIX. A América Latina teve seu
primeiro parque em 1984 no México. No Brasil, só em 1973, com objetivos iguais
aos de Yellowstone, bem depois de México, Argentina e Chile. Um marco
importante foi a definição de parques nacionais no Terceiro Congresso Mundial
de Parques Nacionais, em 1962, em Bali (Indonésia).
A preocupação com as populações tradicionais para Diegues
(1994, p. 91), tem seu marco em 1985, na revista Cultural Suvivar (volume 9, n.
1, fevereiro 1985) que teve sua publicação dedicada em defesa das populações
tradicionais com o titulo “Parks and People”. Jason W. Clay em diversos artigos
critica a expulsão das populações tradicionais das áreas protegidas, mostrando
que as áreas podem conter modos de vidas tradicionais, afirmando que estas
poderiam se beneficiar com a venda de produtos ou da renda gerada pelo turismo
ecológico.
Em 1986, a conferência da UICN (União Internacional
para a Conservação da Natureza), realizada em Ottawa (Canada), destaca a forma de
relação entre populações tradicionais e as unidades de conservação. A
conferência recomendou que
[...] os povos tradicionais não
devem ter seu modo de vida alterado se decidirem permanecer na área do parque
ou que não sejam reassentados fora dela sem seu consentimento. [...] foi a
primeira vez que foi tratada de forma explicita a situação dos povos
tradicionais que vivem em parques. (Diegues, 1994, p. 93).
Em 1986, a Conferência da UICN, no Manual de Manejo
das áreas protegidas nos trópicos, propõe a criação de Zonas Tampão para
proteger as áreas e permitir algumas atividades compatíveis com a conservação.
Em 1986, em Bariloche a UICN enfatizou papel das áreas protegidas para o
desenvolvimento sustentável, mas reconhece a questão das populações
tradicionais no processo de desenvolvimento.
No oitavo capítulo, Diegues (1994) destaca os
trabalhos pioneiros e valiosos de Caio Prado sobre a alteração dos ciclos
ecológicos e os de Sergio Buarque de Holanda sobre a relação entre paraíso
perdido e a descoberta do Brasil. No período colonial há que se destacarem as
atividades de José Bonifácio no início do século XIX que combatia o corte das
florestas e sugeriu a criação de um setor administrativo especialmente voltado
para a conservação da floresta.
Em 1934, conforme Diegues (1994), por iniciativa de
Alberto Jose de Sampaio e Leôncio Correia, foi realizada a I Conferencia para a
Proteção da Natureza promovida pela “Sociedade dos Amigos das Árvores”, ano em
que surgiram os primeiros Códigos de Caca e Pesca, de Minas, Águas e Florestal. Em 1896, São Paulo cria o Serviço Florestal. A
Constituição de 1937, endossou a Constituição de 1934 reafirmando a
responsabilidade do Estado na proteção e cuidados dessas áreas. O I Parque
Nacional foi criado em 1937, em Itatiaia, para a pesquisa e lazer. Foi nesse
período que formularam-se critica as iniciativas governamentais do Brasil
(Ibama), recusando-a de uma visão derrotista, ignorância das especificidades do
3 Mundo.
Em 1992, foi apresentado ao Congresso, o projeto de
Lei n. 2.892, a proposta do Sistema Nacional de Unidade de Conservação - SNUS,
apresenta uma visão conservadora, onde a natureza é vista como um sistema sem
conservação de como esse sistema vive. Não há uma referência ao problema dos “parks ano peoples”. Não há uma
referência à proteção da diversidade cultural: Há um estabelecimento de
hierarquia entre as áreas a serem protegidas pelas mais completas e importantes
visão autoritária, onde a proposta das novas UCs não deve passar à participação
da sociedade.
Diegues enfatiza a importância das populações
locais para assegurar a diversidade biológica. Diz que é inevitável repensar o
conceito de “florestas naturais”. Além do que se tornam necessários resgatar os
sistemas tradicionais de manejo praticado pelas populações tradicionais,
técnicas essas que tem contribuído para a preservação da diversidade biológica.
Citando POSEY (1987); GOME-POMPA & KAUS
(1992) e BROWN, K. &. BRWN, G. (1992) Diegues defende e aponta a necessidade de se
incorporarem às populações tradicionais no manejo das áreas. Atesta o grande
cabedal de conhecimento das populações indígenas e tradicionais na conservação
da biodiversidade da floresta tropical brasileira na perspectiva do
desenvolvimento sustentável.
O autor destaca que as populações urbanas tem muito
que aprender com as populações tradicionais que vivem em harmonia com a
natureza. Chama atenção para as várias formas tradicionais de manejo de águas
estuarinas e costeiras por pescadores artesanais. Diz que as diversas técnicas de manejos tanto
para a floresta como para os ambientes costeiros contribuíram e contribuem para
a manutenção da diversidade biológica, tanto das espécies quanto dos ecossistemas.
São práticas que revelam um grande conhecimento acumulado pelas populações
tradicionais.
Em suas conclusões Diegues (1994) destaca que nem
todos os moradores são conservacionistas natos, mas entre eles há populações
tradicionais que armazenaram um vasto cabedal de conhecimento empírico do
funcionamento do mundo natural em que vivem. Destaca que há uma grande
necessidade de se conhecer melhor as relações entre a manutenção da diversidade
biológica e a conservação da diversidade cultural com a participação das
populações nativas, extrativistas e ribeirinhas..
Referência:
DIEGUES, Antônio Carlos. O mito moderno da natureza intocada.
São Paulo: NUPAUB – Universidade de São Paulo, 1994.
[1][1] Professor de
Filosofia e Filosofia da Educação da Universidade Federal do Amazonas –
Instituto de Natureza e Cultura – Campus Alto Solimões. Ministrou ainda as
disciplinas Novas Tecnologias da Informação/Comunicação e Saberes
Tradicionais. Dados para citação:
SOUZA, J.S. e-mail: josenildosantosdesouza@ufam.edu.br. Data da publicação Dezembro de 2011.
http//www.filosofianoaltosolimoes.blogspot.com.
O livro é uma verdadeira prova de que a boa retórica é capaz de distorcer qualquer fato ou verdade. O livro constitui uma homenagem ao antropocentrismo exacerbado e cultua e enaltece o que o ser humano tem de pior como se fosse uma coisa boa. Um verdadeiro lixo literário!!
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